Destaques
Escola estanciense comemora retorno das aulas presenciais
Estância Velha – Sete meses depois de ter que suspender o atendimento presencial, em função da pandemia do novo coronavírus, a Escola de Educação Infantil Petit Poá, que fica no Centro de Estância Velha, comemora o retorno das atividades presenciais, recepcionando pais e alunos nesta quinta-feira, 05.
A instituição, que integra a rede privada de ensino em Estância Velha, é a primeira escola da cidade a retomar o atendimento presencial, sendo que recebeu a aprovação do Plano de Contingência Escolar na manhã desta quinta-feira.
As proprietárias da escola, Cátia Engel Moraes e Maida Ludwig, pedagoga e psicopedagoga, respectivamente, dizem que o retorno representa uma vitória, não só para a direção escolar, mas para os pais e alunos da instituição também.
Cátia destacou que, desde a publicação do Decreto Municipal que autorizou o retorno facultativo das aulas presenciais nas instituições de ensino da rede privada local, ela e Maida se empenharam para conseguir a aprovação do Plano de Contingência.
Segundo a pedagoga, o Plano foi elaborado, seguindo determinações de uma Portaria estadual específica (608/2020), e submetido, no dia 20 de outubro, à aprovação do Centro de Operações de Emergência em Saúde para a Educação (COE-E) do Município.
Cátia conta que fazer as adequações necessárias foi tranquilo, o problema foi a burocracia. Segundo ela, é tudo muito confuso, com margem para interpretações distintas e conflitos de legislação.
“O Município nos cobrou que tivéssemos material de higienização estocado, por exemplo, produtos inflamáveis que, conforme orientação dos Bombeiros, não devem ser estocados na escola. Essas situações acabaram dificultando a aprovação do Plano de Contingência e atrasando nosso retorno”, desabafou a Cátia.
Nova realidade
Frente aos desafios, Cátia e Maida contam que buscaram reforço da nutricionista Gabriela Cristina Coelho, que se tornou a responsável técnica da escola e ajudou a Petit Poá na adequação à nova realidade.
Segundo Gabriela, o retorno do atendimento presencial terá protocolos específicos para as diversas etapas das atividades, como uso de brinquedos e materiais (que agora serão destinados à sanitização assim que cada criança deixar de brincar); alimentação (que respeitará medidas de isolamento durante o consumo individual); além de outros tantos, como horário e público reduzido; e entrada, saída e permanência na escola.
“Na chegada na escola, agora, os pais não podem mais entrar, apenas deixar a criança conosco, depois de aferirmos a temperatura dela e realizarmos a higienização. Maiores de três anos, terão que usar máscara também, por exemplo. É uma série de detalhes, mas nos organizamos para tornar isso o mais natural possível”, explicou Gabriela.
O impacto da socialização
Em clima de comemoração, a equipe da Petit Poá disse que não vê a hora de poder readaptar os alunos e acolhê-los com muito carinho. Especialistas em Desenvolvimento Infantil, Cátia e Maida destacaram que os prejuízos do isolamento social para o público infantil podem representar um perigo incalculável.
“Sofremos muito durante esse período de afastamento, pois acompanhamos as dificuldades dos pais que, na maioria dos casos, não puderam se afastar do trabalho e acabaram enfrentando muita dificuldade para administrar a rotina, sem o suporte da escola”, contaram Cátia e Maida.
As sócias também disseram que a situação afetou ainda mais às crianças. “Muitos pais contaram que tiveram que recorrer a psicólogos. O isolamento social é muito prejudicial para as crianças, influencia em quadros de depressão, ansiedade, obesidade – pela falta de atividade física – e até automutilação. É um pecado. Temos uma jornada muito importante pela frente com o retorno das atividades presenciais”, destacou Cátia.
Para Laura, mãe do pequeno Léo, de 2 anos, que é aluno da Petit Poá desde os cinco meses de vida, a notícia da aprovação do Plano de Contingência Escolar trouxe alívio. Segundo ela, foi difícil conciliar o trabalho retomo às necessidades do filho.
“Meu filho retrocedeu em muitos aspectos, principalmente no senso de coletividade. E não poder contar com a escola foi muito difícil. Em alguns dias precisei acionar meus pais e meus sogros para cuidarem dele, todos considerados do grupo de risco. Estamos aliviados com a possibilidade de voltar para a escola, mesmo que seja em horário reduzido”, contou Laura.