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Estância Velha: família montou cinco ranchos com alimentos doados no velório da jovem Vanessa
Estância Velha – A despedida da jovem Vanessa Francisca da Silva, que faleceu na quinta-feira passada, aos 28 anos, comoveu toda a cidade. Isso porque, além da partida precoce, Vanessa deixou duas filhas, a primogênita Izadorah, de sete anos, e a caçula Helena, de apenas dois meses.
Enlutada, a família pediu que amigos e familiares substituíssem as flores por alimentos, no velório de Vanessa, e arrecadou cinco ranchos – bastante surtidos – para doação a famílias carentes, conforme contou a irmã de Vanessa, Viviana Cristina da Silva.
“Apesar de ter uma floricultura, a Vanessa não gostava de receber flores. Então, pensando em homenageá-la, e também fazer algo a mais, considerando todas as pessoas que nos apoiaram durante estes últimos meses, tivemos a iniciativa de pedir que as pessoas doassem alimentos, em vez de flores, no velório dela”, explicou Viviana.
Viviana contou que a irmã se tratava há cerca de três anos, em Porto Alegre, devido a problemas no sangue. “Era um tipo de trombose”. Sofreu o acidente vascular cerebral (AVC) 25 dias após ter dado à luz à Helena. Passou cerca de 43 dias internada, sendo atendida no Hospital São José, de Ivoti, no HPS, em Canoas e, finalmente, no Hospital Universitário da Ulbra, onde faleceu.
Alegria contagiante
Segundo Viviana, Vanessa não demonstrava dificuldades no dia a dia. “Era uma pessoa que quando chegava enchia o ambiente de alegria. Não tinha tempo ruim para ela. Sempre queria dar conta de tudo”, lembrou.
Caçula dentre os irmãos, Viviana, de 36 anos, e Joel Henrique da Silva, de 38, anos, Vanessa é lembrada pela irmã mais velha como uma pessoa ímpar. “Era o grude dos nossos pais, uma irmã, cunhada, e dinda muito presente. Todos os dias, mesmo que fosse por alguns minutos, ela passava me ver, tomar um café e conversar. Fazia o mesmo com meus pais”, contou.
Viviana relatou que a irmã era como uma filha para ela. Disse que ela e os irmãos nasceram em Teutônia e mudaram ainda crianças, com os pais, para Estância Velha. “Ajudei a trocar as fraldas da Vanessa, e sempre fomos muito próximas. Ela era dinda dos meus filhos, e eu das filhas dela. Mas era como se fosse uma filha minha também”, descreveu.
Família unida
Segundo Viviana, a família sempre foi muito unida, e Vanessa foi uma de suas maiores incentivadoras. “Eu sonhava e ela corria atrás de meios para que eu concretizasse meus sonhos. Me apoiou em tudo que fiz, que tenho”, contou Viviana, que chegou a acompanhar Vanessa no parto da filha caçula.
Unidas, também, as irmãs passaram os últimos dias de Vanessa. Viviana conta que na manhã que em que a jovem sofreu o AVC, ela teria avisado que não se sentia bem e pedido auxílio da família. “Veio para nossa casa, com as filhas, para minha filha Millena, que tem 16 anos, e meu esposo Marcelo, cuidarem delas enquanto eu trabalhava”, explicou.
Segundo Viviana, aquela foi a última manhã em que Vanessa interagiu com a família, pois passou mal enquanto amamentava Helena, e só teve tempo de pedir ajuda para o cunhado. “O Marcelo pegou a bebê e ela teve uma convulsão, seguida do AVC. Depois disso, foi hospitalizada e não voltou mais”, relatou a irmã.
Viviana contou que acompanhou Vanessa durante todo o período de internação. Disse que o esposo e os filhos lhe deram um suporte indescritível. E, apesar da dor da perda, a família acredita e confia nos desígnios de Deus.
“Estamos apoiando meu cunhado Anderson, que ficou responsável pelas meninas. A Izadorah já entende e está sendo muito forte. E a Vanessa nos deixou um legado maravilhoso, principalmente sobre família, alegria e união”, destacou Viviana.