Conecte-se conosco

Destaques

Estância Velha: fonte de renda e de amor na produção de bananas

12/01/2022 - 11h30min

Neori e Sônia de Abreu cultivam além de produtos, amor pela lavoura

Plantio está em 1,3 mil touceiras, espalhadas em um hectare e meio

Estância Velha – Casados há 36 anos, Maria Sônia Bittencourt de Abreu, 55 anos e Neori de Abreu, 60, moram em uma propriedade situada no Campo Grande. “Começamos a vida de casados aqui”, contou Neori. Eles nasceram e se conheceram neste mesmo bairro rural, que atualmente garante renda extra e também paixão no plantio de bananas.

A produção iniciou em 2017, quando a convite, ele recebeu o incentivo para conhecer o ramo, visitando um produtor rural em Terra de Areia. “Fomos lá através da Prefeitura, que deu apoio”, disse Neori. Sem muitas expectativas de se inscrever, cerca de um mês e meio após, ele acabou cedendo. “Ia pegar 100 mudas, mas na hora eu peguei 200”, relatou.

Atualmente, a produção está em 1,3 mil touceiras, que é formada por brotações sequenciais constituídas pelos rebentos da primeira, segunda, terceira e demais gerações da muda original. “Eles chamam de mãe, filho, neto e assim vai. É a inteligência da natureza”, explicou Neori, encantado.

Rotina na lavoura

Além dos cuidados nas terras de mais de sete hectares, a dupla também possui trabalhos externos. Sônia é doméstica em residências e Neori é gerente de obras de sua empresa própria de construção civil. Ambos conciliam as atividades formais com a lavoura.

“Nossa aposentadoria está vindo, com isso pretendo me dedicar exclusivamente na lavoura. É um berço que tivemos e não largo”, relatou Neori. “Meu pai e meu sogro também eram do meio, então juntou a fome com a vontade de comer”, brincou ele.

Se dedicando mais aos finais de semana e no período da tarde no plantio, eles contam que o trabalho é intenso, mas que compensa. “Capinar, limpar o terreno e todos os cuidados que precisa ter exige bastante da gente, mas a metade disso é sombra”, pontuou Neori.

“É a coisa mais boa lidar com isso. Andar no meio do bananal, ir limpando e quando olhar para trás, enxergar as carreiras de fora a fora. Fica tão bonito”, disse Sônia, fascinada pela plantação. O casal atua juntos na rotina com o plantio, desde o início.

No local, ainda possuem três novilhas, um novilho, alguns porcos e muitos cachorros. No meio do plantio, há o milharal, que serve para consumo próprio e silagem para o gado. Felizes com a produção, que promete expandir, o casal se orgulha. “Dá gosto de ter um produto teu. É excelente”, destacou Neori. “Quem prova, compra. Ainda mais colhido direto do pé, fica ainda melhor”, brincou Sônia.

 

Processos

 

Antes da colheita semanal de cerca de 100 quilos, é feita a limpeza das touceiras, permanecendo plantadas até seis rebentos. “É aconselhável deixar a média de quatro pés, mas ainda deixamos mais”, explicou Neori. Eles ainda esfoliam e fazem a adubação, mesclada em química e natural.

 

Após apanhar os cachos, que pesam cerca de 20 quilos cada, eles despencam e lavam uma a uma. Prontas, são adicionadas de produtos sem agrotóxico, na estufa para iniciar o processo de maturação. “Cuidamos o ano todo. Pretendo me dedicar só para o plantio, porque é uma renda significativa e se me dedicar, dá o sustento”, disse o produtor.

Eles contam com duas qualidades da banana prata, sendo a padrão e também a chamada “banana branca”, que é em tamanho maior. Para aumentar a fonte de renda, que intui ser a única da família em breve, eles desejam comercializar em mercado também. “Vou verificar como fazer e iniciar”, relatou Neori.

 

Atividades e produtos

Em parceria com a Emater, o casal participa da Feira de Rua, promovida semanalmente no Rincão dos Ilhéus. Além disso, como produtor rural, Neori realiza a entrega de seus produtos no hospital e escolas municipais, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, que incentiva a produção familiar e promove o acesso à alimentação.

 

Participando ativamente desde a primeira feirinha no bairro, o casal vende tanto as duas qualidades da fruta, como variações do produto. “Eu faço bala de banana, chips e chimia de banana”, disse Sônia. Com criatividade e dedicação, eles fabricam os produtos artesanalmente, embalam e comercializam no evento. “Assim reaproveitamos de várias formas”, disse Neori. 

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.