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Estância Velha: janeiro aponta crescimento de casos de violência contra a mulher

25/02/2022 - 12h10min

Atualizada em 18/03/2022 - 16h01min

Viatura é exclusiva para a rede de proteção à mulher (Crédito: Daiani Aguiar)

Foram 26 casos registrados na Delegacia de Polícia do município

por Daiani Aguiar

Estância Velha – Quase um crime por dia. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram registrados 26 boletins de ocorrência do gênero, entre elas, ameaça e feminicídio. Os números têm como base janeiro, que tem um delito a mais em comparação ao mesmo mês em 2021.

Os casos de violência contra a mulher mantêm o alerta das forças de segurança pública, que trabalham diariamente para prevenir situações de risco na cidade. A Guarda Municipal (GM) é uma das atuantes na rede de proteção. Com uma viatura exclusiva, realizam o patrulhamento preventivo, a fim de inibir o retorno do agressor à residência familiar.

Para possibilitar a ação policial e encerrar o ciclo da violência, as autoridades reforçam a importância das denúncias e da solicitação de medida protetiva, desde o primeiro abuso. O que muitas vítimas não se dão conta é que a violência doméstica, conforme a Lei Maria da Penha, vai além da física, tem a psicológica, moral, sexual e patrimonial.

A importância do registro

Titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e substituta da Delegacia de Polícia de Ivoti, delegada Raquel Peixoto, salienta que é um crime difícil de ser combatido porque ocorre dentro de casa. “É fundamental que a mulher registre desde o primeiro fato, da primeira palavra dita. Violência psicológica já é uma violência e começa assim”.

Com as orientações semelhantes, o titular da Delegacia de Polícia de Estância Velha, delegado Rafael Sauthier, pondera que é essa decisão da vítima que evitará um feminicídio, como o da cabeleireira Lourdes Clenir de Oliveira Melo, 48 anos, que desapareceu no dia 10 de janeiro e, seu corpo, encontrado no porta-malas do próprio carro em Santa Catarina, dois dias depois. “O companheiro estava descumprindo a protetiva e ela não reportou à polícia”, detalha.

Um relato de alívio

Quem sente as marcas da violência doméstica é uma moradora do bairro Floresta. Aos 57 anos procurou a delegacia e registrou uma ocorrência contra o companheiro. Ele foi preso na quinta-feira, dia 10. “Estou aliviada, me sentindo bem e segura”, revela. Atualmente, o homem aguarda por vaga no sistema prisional.

Sem se identificar, lembra que manteve o casamento por 21 anos. E, no último, as violências passaram a ser recorrentes, quando o uso de drogas se intensificou. No dia do crime ele a ameaçou de morte e de pôr fogo na casa. “Eu disse não. Vou dar um jeito”, detalha a estanciense. Foi então, que procurou a polícia. A motivação, de acordo com a vítima, foi “garantir a segurança dos três filhos e quatro netos que cria”.

“Eu disse não. Vou dar um jeito”, detalha a vítima de violência doméstica

Denuncie

Todas as denúncias feitas são anônimas. É possível reportar situações de risco nos canais 190 da Brigada Militar,153 da Guarda Municipal, 51 9844-0606 plantão da Polícia Civil ou 180 na Central de Atendimento à Mulher.

As estancienses podem procurar o Centro de Referência da Mulher (CRM), aberto de segunda a sexta-feira, das 7 às 18 horas ou através do WhatsApp: 51 98915-2137. O espaço fica situado na rua Raimundo Correa, 151, no bairro Floresta. Há atendimento com assistente social, psicóloga, advogada e pedagoga, para as crianças.

Índices criminais

Tipo 2021 2022
Ameça 17 17
Lesão Corporal 6 8
Estupro 2 0
Feminicídio consumado 0 1
Feminicídio tentado 0 0
Total 25 26
* Fonte: SSP  

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