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Estância Velha: reprovação de projeto deve elevar preço da passagem de ônibus
Estância Velha – Nesta semana a Câmara reprovou o projeto que previa o pagamento de R$ 420 mil a empresa Silas, responsável pelo transporte coletivo do município. O valor seria pago em quatro parcelas mensais de R$ 105 mil e tramitou por várias sessões, recebendo até uma emenda modificativa, referente a informação para a Prefeitura sobre a retirada de linhas.
Após a reprovação, um debate se formou entre os vereadores, e o principal tema levantado com a reprovação da pauta seria a possível alteração de valores na passagem do transporte, que atualmente é de R$ 4,10.
Em contato com o gerente da empresa, Alcides Montenegro, ele informa que para este ano o valor será mantido, porém prevê que para a próxima revisão de tarifas, prevista para fevereiro de 2021, o impacto deverá ser substancial na cobrança.
O reajuste da tarifa segue a planilha “Gpoint”, que é um estudo nacional que determina a cobrança e os percentuais. No levantamento entra uma série de itens, como depreciação, valor de peças, pessoal e custo do diesel. “Aí sim vai impactar na tarifa. Porque o valor atual ainda é o de 2019, pois neste ano em razão da pandemia não houve reajuste. Com a reprovação do projeto, é inevitável o impacto na passagem”, comenta.
Apesar da projeção de elevação, Alcides aponta que não é interessante para a empresa o aumento na tarifa, pois afastaria ainda mais o consumidor de transporte coletivo.
Críticas ao Legislativo
O gerente da empresa não quis entrar em juízo de valor quanto aos apontamentos dos vereadores que reprovaram o projeto, porém fez algumas considerações sobre posicionamentos que citavam auxílio a outras empresas privadas, e ainda em relação a pandemia, que pela visão de alguns membros do Legislativo, estaria chegando ao fim.
Alcides destacou que a demanda de repasse junto a Prefeitura já havia sido sinalizada em março. “Somos uma empresa privada com um contrato público. Participamos de uma licitação que previa o transporte de 70 mil passageiros. Antes da pandemia, estávamos transportando 39 mil. Quando veio a pandemia, caiu em 90% essa demanda”.
O gerente voltou a reforçar que o Executivo não estaria dando nenhum benefício à empresa em razão da crise gerada pelo coronavírus. “A grosso modo, o repasse nada mais é que um reequilíbrio do contrato. Cedo ou mais tarde isso terá de acontecer. Nos compararam com serviços de transporte de aplicativo, mas estes, por exemplo, não pagam nenhum tributo para funcionar”.
Dificuldades em prover serviço
Montenegro, por fim, apontou que as dificuldades em seguir prestando o serviço só tendem a aumentar com a reprovação do projeto, especialmente na manutenção de linhas. “Talvez não consigamos, daqui um tempo, atender novos horários e de manter os atuais. O diesel é pago à vista, não parcelado. Temos folha de pagamento, manutenção da frota, depreciação de veículos. E tudo isso está incluído no contrato de prestação”, finaliza.
O contrato entre Prefeitura e a Silas foi assinado em 2016 e tem duração de 10 anos, renováveis por mais dez. A frota de ônibus na cidade, antes de março – período marcado pelo início da pandemia do coronavírus – era de dez veículos. Com a forte retração na procura pelos serviços, a empresa reduziu a frota para a metade, tendo cinco ônibus em circulação, que ao longo do dia realizam 20 horários.