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Estiagem castiga lavouras de milho na região

13/01/2022 - 09h16min

Atualizada em 13/01/2022 - 09h20min

Rogério demonstra a má formação das espiga Foto: Volmir Müller

* por Fábio Radke 

Dois Irmãos – As lavouras de milho no município e na região também sentem os prejuízos causados pela falta de chuva no Estado. Os produtores rurais, que já sentiram no bolso o aumento dos insumos, agora encaram os danos na produção em razão da estiagem. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dois Irmãos, Pedro Becker, o Pedrinho; a safra de milho no município deve apresentar significativa redução. “A queda deve ser de entre 30 a 40%. Com condições favoráveis a produção é de cerca de 120 sacos por hectare plantado. Em razão da seca devem ser colhidos 30 sacos a menos por hectare”, explica.

Em uma propriedade no bairro São João; em Dois Irmãos, Rogério Schneck, de 45 anos, demonstra a má formação das espigas em decorrência da seca. “Plantei cerca de 10 quilos de sementes em pouco mais de um hectare de terra. A safrinha já não devo plantar mais por que se continuar esse calor a minha perda será ainda maior”, disse.

Os produtores rurais da região, tradicionalmente, já reduzem em cerca de 50% a área de plantio de milho safrinha no verão. A diminuição mais expressiva de área plantada deve ser mesmo uma tendência. “Em uma safra normal são plantados cerca de 300 hectares de área. Nessa safrinha não deve passar de 100 hectares”, projeta Pedrinho. Outra constatação é feita pelo representante do Sindicato Rural. “Com essas altas temperaturas o calor está ‘queimando’ a planta de cima para baixo. Em outros anos com estiagem isso acontecia de baixo para cima, ao contrário”, descreve.

Prejuízos em todo Estado

De acordo com a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), com base nos números atuais, a perda financeira com a cultura do milho em solo gaúcho chega a R$ 5,41 bilhões. Até a manhã de quarta-feira (12), cerca de 200 municípios gaúchos já tinham decretado situação de emergência devido à seca.  Ainda pelo menos outras 26 cidades também podem aumentar esse número persistindo a falta de volumes expressivos de chuva.

Ontem (11), a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, esteve em Santo Ângelo, para analisar o cenário de estiagem. Um ofício assinado por entidades do setor agropecuário foi entregue a ministra alertando os danos no campo e medidas de prevenção que venham minimizar o recorrente problema que afeta o setor primário.

Pedrinho do Sindicato Rural

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