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Ex-secretário de Saúde é solto com a promessa de que voltaria a hospital

15/05/2019 - 07h23min

Atualizada em 15/05/2019 - 17h04min

Estância Velha – Com a promessa de que sairia da cadeia direto para um hospital, a Polícia Civil entendeu ser pertinente soltar o ex-secretário de Saúde, Mauri Martinelli. Ele passou por procedimento cirúrgico para a implantação de um catéter na semana passada e havia recebido alta hospitalar um dia antes da operação que lhe levou à prisão.
Martinelli foi solto na noite de ontem. Mauri era o atual secretário, mas estava licenciado em razão dos problemas de saúde. No final do dia, a Prefeitura anunciou sua demissão do cargo.

Além dele, a Polícia Civil confirmou que também soltou a ex-secretária da Saúde Ana Paula Macedo e um dos sócios da Previne. Eles passaram o dia presos em uma cela do Departamento de Investigações Criminais (Deic).

Eloise Gernhardt, secretária de Saúde interina (que também foi exonerada no final do dia), e demais integrantes da Previne seguem presos. Dos oito presos, cinco seguem nesta condição. Eles foram encaminhados para presídios de Porto Alegre e Região Metropolitana.

Sobre as prisões

A Justiça decretou a prisão temporária de oito pessoas suspeitas de terem envolvimento em um esquema fraudulento que lesa os cofres públicos a partir do pagamento de exames de imagem realizados pela Clínica Previne.

Entre as pessoas que estão com a prisão decretada estão o secretário de Saúde licenciado, Mauri Martinelli, a secretária interina, Eloise Gernhardt, e a ex-secretária de Saúde, Ana Paula Gularte Macedo. Atualmente, Ana Paula é secretária de Nova Santa Rita.

A prisão de Martinelli aconteceu no bairro Lago Azul. Ele estava internado desde semana passada no Hospital Regina, em Novo Hamburgo, por conta de problemas de saúde, mas recebeu alta no final da tarde de ontem. Eloise foi presa em casa, no bairro Centro de Estância Velha. Já Ana Paula, que atualmente é secretária de Saúde de Nova Santa Rita, foi presa em sua casa, em Dois Irmãos.

As prisões foram decretadas pela Justiça, a partir de uma solicitação da polícia, para aprofundar ainda mais a investigação e evitar o sumiço de provas. Eles podem ficar de cinco a 30 dias presos, conforme a necessidade da Delegacia de Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Deat).

Além de Martinelli, Eloise e Ana Paula, a polícia cumpre, ainda, outros seis mandados de prisão temporária cujos alvos são sócios e ex-sócios da Previne, que moram em Estância Velha, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Mostardas e Pelotas.

RELEMBRE O CASO

Um esquema fraudulento, envolvendo servidores públicos e empresários ligados a Clínica Previne (empresa contratada pela Prefeitura para a realização de exames de imagem, como raio-x, ecografia, tomografia), é alvo de uma operação da Polícia Civil, na manhã desta terça-feira, dia 14.

Em torno de 60 policiais, participam da operação Anamnese, desde as 7 horas de hoje, com o objetivo de cumprir 10 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão temporárias contra pessoas suspeitas de terem envolvimento no esquema que provoca um rombo milionários nas contas da Prefeitura de Estância Velha.

Além de buscas e apreensão nas sedes da Prefeitura e da Secretaria de Saúde local, também são cumpridas medidas judiciais nos municípios de Dois Irmãos, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Mostardas e Pelotas.

A investigação, que iniciou em meados de outubro do ano passado, encontrou indícios de cobranças de exames que não foram feitos ou de cobrança à maior pela Previne. Os pagamentos eram feitos com a conivência de membros da administração, ligados à Secretaria de Saúde, que pagavam os exames sem fazer uma análise dos relatórios apresentados pela Previne. Para a polícia, pessoas da Prefeitura recebiam uma contrapartida por esse favorecimento.

A investigação, coordenada pelos delegados Vinicios do Valle e Max Otto Ritter, devem examinar de quatro a cinco contratos existentes entre a Prefeitura de Estância Velha e a Previne, desde março de 2017, quando a prefeita Ivete Grade (MDB) rompeu o contrato com a ISEV.

Conforme a Delegacia de Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Deat), os alvos da operação Anamnese são investigados pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, fraude licitatória e associação criminosa.

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