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Ex-secretário de Turismo burla a lei com a captação direta de dinheiro para o Natal 2019

09/06/2020 - 10h54min

Atualizada em 09/06/2020 - 10h59min

Nova Petrópolis – Além das irregularidades mostradas na edição de ontem, 8, do Diário, confirmadas pela CPI, a Comissão confirmou outra grave irregularidade praticada pelo ex-secretário de Turismo, Paulo Roberto Staudt. Foi ele quem captou valores de patrocínios e destinou para os pagamentos dos custos do Natal.

Essa atividade deveria ter sido feita pela Associação Tchon Ji, a qual a prefeitura firmou, no ano passado, um termo de cooperação para que fosse a responsável pela captação de recursos, como patrocínios, para custear as atividades do Natal. Mas isso não aconteceu. De acordo com o presidente da Tchon Ji, Waldemar Zummach, a Associação deveria ter feito isso, mas não fez.

Pagamentos

Segundo Zummach, a única função que ele teve foi de assinar os cheques, sem saber a quem eram direcionados. Ele confirmou que era de responsabilidade da Associação conseguir os patrocínios, mas tudo era feito pelo ex-secretário de Turismo, o dinheiro apenas entrava na conta da Associação por conta da perceria.

O próprio Paulo Staudt afirmou que ele era quem buscava o apoio financeiro, juntamente com o prefeito Régis Hahn. Staudt disse que o presidente da associação sempre esteve a par das conversas e dos recursos buscados.

Termo alterado para favorecer a Gnatta

Em um primeiro momento, a Gnatta Guimicks, empresa de André Gnatta, que fez os enfeites para as rótulas do Centro, não havia sido habilitada na licitação pois, em seu CNPJ, não constavam atividades de locação, serviço que veio a realizar. Então, no dia 25 de novembro, dia em que os enfeites começaram a ser instalado, Staudt procurou a Tchon Ji para refazer o termo e incluir os serviços de locação da Gnatta. O empresário confirmou que os pagamentos foram feitos pelo ex-secretário e que, em seu entendimento, achou que Staudt representava a Associação.

A CPI concluiu que o valor pago de cerca de R$ 4.000,00 pelo aluguel de cada enfeite das rótulas (uma pinha, um anel, duas bengalas doces e uma estrela), valor confirmado por André Gnatta, foi “exacerbado”. Pois com esse valor, o município poderia ter confeccionado os objetos, mantidos como patrimônio e usar sempre que quisessem. Lembrando que no edital, previa-se o pagamento de até R$ 7.700,00 por enfeite.

Empresário recebeu R$ 30 mil pelos serviços

Gnatta contou também que alugou para a Prefeitura as bolas luminosas, que foram colocadas nas árvores da Praça das Flores, ao preço de R$ 150,00 cada. Ao todo, recebeu R$ 30.000 pelos serviços prestados, divididos em três novas de 10 mil. Waldemar Zummach contou que achou os valores exorbitantes, mas não questionou. Depois, quando o serviço estava feito, lhe chamaram a atenção e falaram: “olha, R$ 10 mil pra aquilo ali”.

A Prefeitura havia informado também que a Gnatta Guimiks não havia prestado qualquer serviço ao município, o que se comprovou não ser verdade. Por isso, a CPI afirmou que o Poder Público não apurou os fatos e se omitiu diante das circunstâncias.

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