Destaques

Fala Comunidade: o perigo eminente dos postes soltos em Santa Maria do Herval

03/04/2020 - 05h00min

Atualizada em 03/04/2020 - 09h00min

Poste está solto e ameaça cair sobre o galpão onde a família ordenha as vacas (FOTO: Cleiton Zimer)

Santa Maria do Herval – Em Alto Padre Eterno, os moradores de uma estrada sem saída estão enfrentando um drama que já se estende há anos. Os postes que sustentam a rede de energia elétrica na lateral da rua são de madeira e, todos, muito antigos. A reportagem esteve no local após a reclamação dos moradores e averiguou que os postes, em sua maioria, são muito finos e, além disso, contabilizou ao menos três que estão soltos, dependurados e sendo sustentados pela própria fiação.

Na propriedade do seu Renato Blume o problema é grave. Um poste está totalmente inclinado sobre o galpão onde eles ordenham suas 20 vacas leiteiras diariamente. De acordo com a moradora Marlene Blume, de 58 anos, a RGE já veio várias vezes no local, mas nunca resolveu o problema. “Eles pegaram e amararam o poste por um cabo em um toco de madeira (FOTO), para que ele não caísse. Falaram que o poste não iria cair e ainda duraria muitos anos”, lamentou.

Perigo eminente

Sua filha, Luana Blume, de 29 anos, não mora com os pais, mas no dia em que a reportagem esteve no local estava em casa auxiliando devido à quarentena. “Eu sempre estou preocupada. Ali, no galpão, é o local de trabalho da minha mãe. E não importa se faz sol ou chuva, ela sempre, todos os dias, precisa estar lá para ordenhar as vacas. E com o poste totalmente inclinado sobre o local, não tem como não se preocupar, pois ele pode cair a qualquer momento e uma tragédia pode acontecer”, lamenta ela.

Luana mostra o poste e indica que ele está totalmente solto. “Ele está em um barranco e quase não tem terra/material para segurá-lo, além de estar podre”, disse ela.

Na primeira foto, é possível ver o poste solto no solo; na segunda, é possível ver que a RGE usou um cabo e prendeu o poste (sem segurança) em um toco de madeira

A família relata que já entraram em contato diversas vezes com a RGE, registrando vários protocolos, mas que, até agora, o problema não foi resolvido. “Deixamos bem claro para eles que, se uma tragédia acontecer, a responsabilidade será deles”, disse a Luana.

Energia fraca

Assim como os demais moradores, Marlene também relata que o transformador que está no local não dá conta de abastecer as oito famílias da rua. “Aqui em casa não podemos ligar dois equipamentos que tem resistências ao mesmo tempo, pois uma não vai funcionar”, lamenta Marlene. O problema é tão grave que, enquanto as ordenhadeiras estão ligadas, uma outra pessoa não pode nem ligar o chuveiro para tomar banho. “É complicado, sempre estamos a fazer manobras e assim como está, não podemos fazer as coisas de forma tranquila”, relata a filha Luana.

“O pior disso tudo é que geralmente as resistências caem e, até viram para arrumar, demora. Quando ligamos, eles até já tem o ponto de referência, pois sabem que lá ‘onde tem as vacas’ falta luz”, explica Luana.

Todos os dias, Marlene precisa ordenhar suas vacas se preocupando com o poste solo; além da constante falta de energia (FOTO; Cleiton Zimer)

O que diz a RGE?

A reportagem entrou em contato com a RGE ainda na terça-feira, dia 31, apresentando o endereço e CPF do cliente pois, no momento em que a reportagem esteve no local, não tinham em mãos o código do cliente. Entretanto, a assessoria da empresa respondeu que não consegue identificar o cliente através do código, mostrando, assim, desinteresse em resolver a situação.

A reportagem cobrou novamente e, 24 horas depois, informaram que “a RGE irá direcionar um fiscal até o local para avaliar a situação e substituir o poste o mais breve possível, levando em conta requisitos de segurança e o período de desligamento da rede, oferecendo assim o menor tempo de interrupção do fornecimento de energia elétrica”

Sair da versão mobile