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Falta de produtos e aumento dos preços preocupa comerciantes de Santa Maria do Herval
Por Cleiton Zimer
Santa Maria do Herval – Passado o período de férias tudo vai gradativamente voltando ao normal. Com isso, depois de um ano muito difícil, o comércio cria expectativas para um aumento nas vendas e consequente expansão dos negócios. Apesar da perspectiva otimista, há muitos percalços que preocupam os empreendedores que veem um cenário de incertezas frente ao mercado: faltam produtos, valores estão elevados e a renda dos clientes está comprometida com o aumento nos preços de diversos itens essenciais.
De acordo com o secretário de Turismo, Indústria e Comércio, Marcos Cesar Stoffel, atualmente Santa Maria do Herval conta com 39 indústrias e 126 comércios devidamente registrados. Os empreendimentos são de diferentes segmentos e portes e, todos, tem uma contribuição fundamental para o desenvolvimento do município.
Contenção de despesas
Valéria Vier, proprietária da Floricultura da Serra, localizada no Centro, contou que em outubro do ano passado teve que fechar parte do seu negócio, que é de roupas e fica ao lado da floricultura, para contenção de despesas. “Trouxemos para cá mas estamos diminuindo e vamos ficar só com a parte da floricultura, que vende melhor”, disse. Ela teve que demitir uma das duas funcionárias.
Valéria conta que nesses dois meses iniciais do ano foram realizadas poucas vendas. “O povo está sem dinheiro, receberam pouco por causa do período de férias”. Ao mesmo tempo, ressaltou que no último final de semana sentiu uma reagida. “Mas não se sabe até quando”. Ela está preocupada com a questão da troca de bandeiras que pode vir a afetar o funcionamento do comércio. “Só que as minhas contas vencem. Nós restringimos ao máximo, comprando o mínimo para investir pois não adianta encher a loja e não conseguir vender”.
A empresária ainda contou que estão tendo dificuldades para conseguir diversos itens para reabastecer o estoque. “Faltam madeiras para fazer as coisas trabalhadas, vasos, nem cimento estamos conseguindo direito”, lamentou.
Aumento acima de 100%
Joel Kunst, proprietário do Calçadão Materiais de Construção, do Centro, relatou que 2020 foi o pior ano do segmento e, que 2021, iniciou no mesmo ritmo. De acordo com ele estão vendendo o estoque e não estão mais conseguindo comprar para repor. “Se não estivéssemos trabalhando estaríamos com um capital bem maior”. Joel diz que todos os produtos estão em falta. “É muita politicagem, com gente se aproveitando da situação. Em partes, a culpa é dos consumidores que aceitam pagar esses absurdos. Os fabricantes aumentaram seus capitais enquanto nós revendedores e consumidores perdemos o poder aquisitivo”, disse, falando que agora as fábricas estão fazendo leilão: “quem paga mais leva”.
Joel trabalha diretamente com vendas há 31 anos, possui a empresa desde 2006 e a loja desde 2009. Ele conta que nesse período do ano passado para cá, quando iniciou a pandemia, teve mercadoria que aumentou mais de 100%. Já produtos como pedras, areia, brita e cimento não teve muito reajuste.
Otimismo e projeção de crescimento
Também há quem esteja otimista, como no ramo de barbearias. Elevi Rauter é proprietário da Rauter Barber Shop, localizada no Centro. Ele enxerga um cenário favorável e projeta ampliar seu empreendimento. Atualmente trabalha sozinho mas pretende gerar empregos, colocar mais funcionários e, até mesmo, passar a atender a domicílio. Ele conta que, geralmente janeiro e fevereiro são meses complicados, mas tem uma boa perspectiva daqui para frente.
Elevi ressalta preocupação com a questão das bandeiras que podem interferir no atendimento ao público. Ele diz que todos os comerciantes seguem as regras à risca, com uso de máscaras e álcool gel. “O comércio em si deve continuar, o que dá problema são as aglomerações e falta de cuidado”.