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“Fui torturado e forçado a confessar”, diz acusado de feminicídio em Nova Petrópolis
Nova Petrópolis – Fábio Silva de Alvarenga, preso pelo feminicídio de Marli Salete Paes no ano passado, além de negar a autoria do crime, disse ainda em depoimento ao juiz Franklin de Oliveira Netto que foi torturado pelo delegado de Nova Petrópolis, Fábio Idalgo Peres, e forçado a confessar o crime. Alvarenga foi ouvido por videoconferência na manhã desta quarta-feira, 23, diretamente do Presídio do Apanhador, em Caxias do Sul, desde agosto de 2021.
O acusado disse que recebia mensagens dos policiais dizendo que ele seria pego mesmo sem provas. “Você vai ser cúmplice”, disse ele sobre as supostas ameaças.
Alvarenga diz que foi torturado ao ser preso, em São Paulo, e forçado a gravar um vídeo onde dizia “fui preso pela Polícia Civil de Nova Petrópolis”. Inclusive alega ter ficado com um ferimento na cabeça causado pelo cano de uma arma enquanto o delegado supostamente o forçava a confessar.
Peres, que também prestou depoimento ao juiz diretamente do fórum, disse que o depoimento foi colhido dentro da lei, na delegacia de Nova Petrópolis quando Alvarenga foi trazido após a prisão na capital paulista. “Temos 40 minutos de vídeo onde ele confessou o crime”. Outro policial civil, Hamilton Link, que foi a São Paulo buscar o preso, também depôs ao juiz e contou que o depoimento de Alvarenga havia sido “tranquilo”, sem qualquer irregularidade.
Já no Presídio do Apanhador, o réu disse que o delegado Peres esteve lá dizendo que se Alvarenga confessasse, a ex-mulher do acusado, por quem ele era obcecado, iria visitá-lo, e por isso ele confessou. A visita da ex nunca ocorreu.