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Idosa de Lindolfo Collor dedica-se 100% à roça em tempos de pandemia

07/01/2022 - 16h17min

Atualizada em 07/01/2022 - 16h18min

Moradora aproveita as horas mais frescas do dia para trabalhar na roça, protegida pelo chapéu de palha
Por
Cândido Nascimento

Lindolfo Collor – Para Valina Prass, 78 anos, a agricultura é uma rotina que vem sendo praticada desde que era criança, há mais de sete décadas. É algo muito além da herança familiar, é um amor ligado à terra e uma dedicação exclusiva.
Antes da pandemia chegar, ela levantava por volta das 5h15 da manhã, começava o serviço da roça e parava perto do meio-dia. Na parte da tarde jogava cartas com um grupo de amigas da localidade de 14 Colônias. As vizinhas são Clarice, Rosilaine, Darci e Dolores. “Eu sei jogar canastra e pife, mas nós também jogava bingo”, comenta a idosa. O tempo agora é só na roça, pela manhã e nos finais de tarde, quando o tempo está um pouco mais fresco.

Plantio de acácia há 60 anos

Natural da Linha Nova Baixa, Presidente Lucena, Valina era filha de Edgar Klein e Frida Bauer Klein. A família era de cinco irmãos, três homens e duas mulheres. Dois irmãos são falecidos. Ela casou com o vizinho Arnildo Ivo Prass, em 1961. Eles tiveram 39 anos de casamento, e um filho: Germano Jacó (falecido em 2017).
Ela estudava de manhã e à tarde ajudava no plantio de milho e no trato dos animais. Quando casou, a agricultora foi morar na 14 Colônias, junto com o marido e os sogros, e o plantio foi dedicado ao aipim, milho, acácia e eucalipto. Essa plantação ela faz até hoje e usa a enxada para limpar a roça, mas sabe dirigir o micro trator Tobata. O esposo faleceu no ano 2000, mas ela seguiu firme na agricultura.
Valina lembra que antigamente os bailes aconteciam somente duas vezes por ano, sendo quer ela e o esposo iam na Nova Vila ou na Linha Nova Baixa, em Presidente Lucena.

Plantio era de subsistência

Segundo a produtora rural, os pais já tinham algumas vacas de leite, mas era para uso somente da família. Logo que ela e Arnildo casaram, tinham algumas cabeças de cada, e a produção de leite ficava entre 40 e 50 litros por dia, sendo que a Cooperativa Piá buscava os tarros de leite na beira da estrada.
Foi naquele período que começaram com o plantio de acácia, que ela ajudava tanto a plantar quanto a cortar o mato. “A acácia era vendida para o produtor Nilo Kehl”, explica a moradora, que até hoje mantém as acácias na propriedade familiar, e também eucalipto. Ela tem três netos e um bisneto, e mais um(a) bisneto(a) que está chegando, pois vai nascer n mês de junho.
“Eu dirigia o Tobata, mas achava muito pesado fazer a volta”, explica a moradora, quer utiliza o carrinho de mão para buscar o milho silagem para tratar as cabeças de gado que existem na propriedade.

“É o que eu gosto de fazer”

Questionada sobre o fato de um dia deixar de trabalhar na roça, a moradora afirma que pretende trabalhar enquanto tiver força nos braços. “É o que eu mais gosto de fazer”, diz ela, com a enxada nas costas para faze4r a limpeza na roça de aipim.
Uma das suas grandes preocupações está com a falta de chuvas nesta semana, pois o milho pode secar e mesmo que seja feita a silagem, como não tem a espiga ainda, ele fica um alimento mais fraco para tratar os animais da propriedade.

AJUDA

Sobre os auxílios recebidos da Prefeitura, a propriedade recebe horas de máquina, sementes, adubo e mudas de acácia e de eucalipto. Neste ano não foi solicitado o óleo diesel. A Prefeitura ajuda na hora de fazer a silagem, que é o aproveitamento do pé inteiro do milho, que é armazenado para tratar os animais no inverno.

PLANTIO

Segundo o conhecimento prático, a produtora diz que não se guia pela lua. Conta que o aipim é plantado em agosto/setembro e colhido em março, e o milho safra é plantado em agosto e colhido em janeiro. Já om milho safrinha é plantado em fevereiro para ser colhido em junho.

 

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