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Idosa de Nova Petrópolis completou 101 anos de idade

15/02/2022 - 09h43min

Atualizada em 15/02/2022 - 10h28min

Dona Hedy completou 101 anos com muita alegria (Créd.: Dário Gonçalves)

Nova Petrópolis – No dia 8 de fevereiro de 1921, nascia Hedy Dummer, na localidade de Filadélfia, em Santa Catarina. Passaram-se 101 anos e ela segue cheia de vida se dedicando às tarefas domésticas e ao cuidado das flores de sua casa. O aniversário foi comemorado na terça-feira, 8, junto das três filhas, Dorlei, Enia e Nair, dos genros, alguns netos, uma afilhada e o pastor.

Durante toda sua vida, Dona Hedy sempre foi muito ativa, trabalhadora e com aptidão para cuidar de sua família. Recentemente, foi diagnosticada com Alzheimer e deixou de lembrar de situações mais recentes. No entanto, as filhas Enia e Nair garantem que do passado, ela lembra de tudo. Inclusive, adora contar como eram os bailes de antigamente e de sua vida em um modo geral.

Família

Hedy é a filha do meio de três irmãos, os outros dois, uma mulher e um homem, já faleceram. Aos oito anos, em 1929, veio com a mãe e os irmãos para Nova Petrópolis para tentar uma vida melhor após o falecimento do seu pai e alguns tios por tuberculose. Inicialmente, morou na Linha Temerária, mas também viveu em Arroio Paixão, Caxias do Sul e, há 48 anos, na Rua das Flores, no bairro Recando do Sossego.

“Ela sempre foi uma mulher muito forte, trabalhadora, que acolheu a todos”

Casou-se com Arlindo Dummer e com ele teve quatro filhos: Valmo Hilário Dummer (in memorian), Nair Rollof (72 anos), Enia Metz (70 anos), e Dorlei Nienow (65 anos). Arlindo faleceu cedo, aos 36 anos, deixando Hedy com os quatro filhos, sendo as três meninas ainda crianças. Mais tarde, ela conheceu Raimundo Lamberty, que era dono de um salão de baile, e se casaram. O novo marido criou seus filhos como se fossem dele, mas há 20 anos ele também faleceu. Hoje, os descendentes de Dona Hedy já somam 10 netos, 13 bisnetos e três tataranetos, além de uma quarta que está por vir.

As filhas Nair, Enia e Dorlei com a mãe no aniversário (Créd.: Arquivo Pessoal)

Rotina

Até os 98 anos viveu normalmente, morando sozinha depois da morte do segundo marido e fazendo todas as tarefas. Inclusive cuidava da filha mais nova, que sofreu um AVC. “Ela é muito limpinha, muito caprichosa. Sempre cuidou de todos e quando minha irmã teve esse problema de saúde, ela passou a cuidar e passar as roupas dela”, conta a filha Nair.

Próximo dos 99 anos, Dona Hedy começou a esquecer de algumas coisas e esconder objetos pela casa. Em seguida, veio a pandemia e as netas não a deixaram mais sair de casa, nem receber visita das filhas, afinal, eram todas do grupo de risco. A família explicava o motivo, mas ela voltava a questionar como se fosse a primeira vez. “Porque minhas filhas deixaram de vir me ver”, perguntava.

Então, certo dia, uma das filhas encontrou um palito de fósforo embaixo do travesseiro dela. Foi aí que decidiram que era o momento dos papeis se inverterem e a mãe passaria a ser cuidada. Desde então, Nair e Enia se revezam nos cuidados, trazendo a mãe para dormir e almoçar. A outra filha, Dorlei, não pode fazer o mesmo por conta das sequelas do AVC. No entanto, Dona Hedy gosta de estar na própria casa e cuidar de suas coisas. Por isso, as filhas a levam de volta todos os dias para que fique um tempo em casa e possa dormir de tarde. Para isso, quem mantém a vigilância é o genro, marido de Dorlei, já que o casal mora ao lado da matriarca.

Nair, Hedy, e Enia Créd.: Dário Gonçalves)

Uma vida de muito trabalho

Ultrapassar os 100 anos não foi surpresa pra nenhum familiar. Eles contam que ela sempre foi muito ativa, e que é isso que a mantém firme até hoje. “Sempre foi uma mulher muito forte, trabalhadora, que acolheu a todos”, contam as filhas. Hedy trabalhou a vida inteira na roça e como lavadeira. Também passava a roupa de toda a comunidade da época. “Até hoje ela fala como buscava carvão e colocava no ferro”, disse Nair.

A centenária também era uma cozinheira de mão cheia. Nos bailes e jantares comunitários, era ela quem assumia os fogões. Enia e Nair contam que as pessoas vinham de Caxias e outras localidades para comer sua comida feita em panelas de ferro. Hoje, apesar da idade, ela continua querendo ajudar no dia a dia, e para que possa cooperar, as filhas deixam ela enxugar a louça.

Nair conta também que a mãe sempre teve uma saúde muito boa e hoje, apesar de estar com Alzheimer, adora comer batata -doce, batata inglesa, churrasco e, aos domingos, tomar uma cervejinha com a família.

Mestra do Bolão

Quando era mais nova, foi Mestra do Bolão (Créd.: Arquivo Pessoal)

Dona Hedy fez parte do Grupo Mimosas, que participavam de jogos de Bolão. E ela era uma das melhores, tanto que recebeu o título de Mestra do Bolão. O grupo contava com cerca de 10 amigas, mas hoje apenas ela e mais uma está viva. A outra é Luceria Wedig, esposa de Egon Wedig, que na edição do dia 31 de janeiro saiu na capa do Diário em uma matéria alusiva aos 75 anos como músico profissional.

Último aniversário

A última grande comemoração aconteceu em 2019, quando ela fez 98 anos. Na data, a filha trouxe músicos para celebrar o aniversário e ainda teve queima de fogos. O objetivo era fazer uma festa maior ainda nos 100 anos, mas veio a pandemia e somente celebrações familiares foram feitas.

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