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Ilesa: casa de reabilitação de Estância Velha não registrou um único caso de Covid-19
Estância Velha – A Comunidade Terapêutica Dádivas, que abriga e reabilita dependentes químicos no bairro Rincão Gaúcho, não registrou um único caso de coronavírus, durante toda a pandemia.
Na quarta-feira, 23, a Vigilância em Saúde local esteve na instituição e realizou a testagem dos 14 internos e funcionários também, confirmando que a Dádivas passou ilesa pelos sete meses de epidemia. Além dos testes de Covid-19, foram feitos também exames de hepatites virais, HIV e sífilis.
“O Município está promovendo a prevenção, diagnóstico e o encaminhamento adequado para cada caso. Na Dádivas, também foram realizadas vacinas de hepatite B e contra a gripe”, destacou a coordenadora da Vigilância em Saúde Municipal, Rosane Hermes.
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Para o diretor da Comunidade Terapêutica, Itamar Marques de Lima, o cenário encontrado na instituição está relacionado aos métodos de prevenção adotados na casa. Segundo ele, algumas medidas específicas foram adotadas para o período de pandemia, principalmente porque Estância Velha já registrou diversos focos de Covid-19 em asilos e lares de idosos.
Lima explica que, para evitar o contágio do novo coronavírus dentro da casa, as visitas de familiares foram restringidas, e os candidatos à internação foram submetidos à testagem antes de serem acolhidos pela Dádivas.
Além disso, para os internos que precisaram sair para ir às agências bancárias, por exemplo, a Dádivas determinou o acompanhamento de monitores. “Assim, garantimos que todas as medidas de prevenção sejam seguidas”, explicou Lima.
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Transformando Vidas
A Comunidade Terapêutica Dádivas trabalha na reabilitação de dependentes químicos, desde 2010. A instituição, sem fins lucrativos, já existe desde o ano de 1995, ajudando a famílias em situação de vulnerabilidade, doando alimentos, medicamentos e fornecendo apoio de maneira geral.
“Trabalhamos com atendimento psicossocial, realizando o método de tripé de recuperação, tratando com três atuações principais: disciplina, laborterapia e espiritualidade”, explica o diretor da casa.
Segundo Lima, a Dádivas ensina, novamente, aos internos como manter uma rotina, promovendo o atendimento psicológico e reintroduzindo-os na sociedade, gradativamente.
Vigilância em Saúde realiza testagem em comunidade terapêutica
Diego Amaral, que foi o primeiro interno da unidade de reabilitação, atua hoje no local como coordenador de tratamento. Ele conta que chegou à instituição muito debilitado, em função do uso abusivo de álcool e drogas.
A instituição foi onde ele pôde não só se recuperar, mas além disso, lhe proporcionou a reabilitação e uma mudança de vida. “Foi, e é, um processo difícil, pois parar de usar drogas não é tão difícil, a dificuldade está em se manter longe dela”, afirmou ele.
Depois de concluir a reabilitação, ele retomou os estudos, se formou no curso técnico de dependência química, e hoje faz faculdade de filosofia e psicanálise. “A instituição foi fundamental na minha vida. Sempre serei grato às pessoas que fizeram parte, e ainda fazem da minha vida e recuperação”, disse Amaral.