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Investigações sobre assassinato de Alan Becker estão sob “sigilo absoluto”
Nova Petrópolis – As investigações da Polícia Civil sobre a execução de Alan Friedrich Becker, aos 21 anos, na última terça-feira, 21, seguem sob “sigilo absoluto”, segundo o delegado Fábio Idalgo Peres. O rapaz foi morto em frente a sua casa, atingido por pelo menos 10 tiros de metralhadora por quatro homens em um carro prata. Após o crime, os assassinos fugiram.
Em contato com O Diário, Peres disse que nada mais sobre a investigação pode ser revelada. Ainda na semana passada, quando o crime ocorreu, a hipótese de que o assassinato tenha ocorrido por envolvimento no tráfico de drogas não havia sido descartada. Uma motivação de crime passional também surgiu, mas o delegado não confirmou que esta seja uma linha de investigação.
Alan possuía passagens na polícia por posses e tráfico de drogas, além de roubo. Na noite do crime, ele estava com sua namorada dentro de casa, quando foi chamado para fora e acabou sendo morto.
Alan Becker participou de assalto e espancamento a taxista
Alan Friedrich Becker é o mesmo que, em 2015, participou de um assalto e espancamento de um taxista em Linha Imperial. Na ocasião, Alan, ainda com 15 anos, estava junto com outros dois adolescentes, de 14 e 16 anos, e outro rapaz de 20 anos. Eles chegaram a trocar tiros com a polícia e acabaram apreendidos.
O taxista, que tinha 68 anos, foi rendido, espancado na cabeça com uma chave de roda até ficar desacordado e jogado em uma vala. A vítima conseguiu pedir socorro e foi levada para o Hospital Nova Petrópolis, onde teve constatadas fraturas no rosto e liberado no dia seguinte.
Relembre
O caso ocorreu na madrugada do dia 1º de maio, feriado pelo Dia do Trabalhador. Os criminosos telefonaram para a vítima solicitando uma corrida até a Linha Imperial. Os quatro entraram no táxi por volta das 2 horas na Av. XV de Novembro, próximo ao Terminal Rodoviário e, quando chegaram ao destino, os bandidos mandaram o motorista dirigir até o Morro da Fome. Lá, anunciaram o assalto e aplicaram um golpe de gravata no taxista e começaram a espancá-lo com uma chave de roda, até que desmaiasse.
A quadrilha colocou o taxista no porta-malas do carro e um dos adolescentes assumiu a direção. Porém, a vítima começou a recuperar os sentidos e acabou sendo agredido novamente e, em seguida, foi jogada do carro em uma valeta. Os quatro tentaram fugir, mas acabaram também caindo com o carro na valeta e abandonaram o veículo, fugindo a pé. Muito ferido, o taxista esperou que os agressores fossem embora e conseguiu pedir socorro em uma casa próxima, onde viviam dois idosos, de 62 e 63 anos, que acionaram a Brigada Militar.
Troca de tiros, prisão e apreensões
Os moradores levaram o taxista para o Hospital Nova Petrópolis, e de lá chamaram os policiais. A Brigada Militar realizou buscas na região e encontrou Alan e os outros adolescentes caminhando na ERS-235, eles já eram conhecidos por atividades criminosas. Ao perceberem a aproximação da viatura, eles atiraram contra a guarnição e entraram em um mato.
Houve troca tiros e, após alguns instantes, um adolescente de 14 anos se entregou, confirmou ter sido um dos autores do roubo, e ainda entregou os comparsas. O menor estava com as roupas sujas de sangue da vítima, além da chave de rodas ensanguentada e uma mochila com vários pertences do taxista. Foram realizadas buscas na mata com o apoio do POE do 1º BPAT, mas sem êxito. Na manhã seguinte, Alan foi apreendido quando dormia em casa, após ter sido denunciado. O outro menor, de 16 anos, não foi localizado naquela noite.
Alan e os outros menores foram apreendidos e levados à Fundação Casa de Caxias do Sul (hoje Centro de Atendimento Socioeducativo). De lá, eles foram liberados alguns meses depois.
Preso na rodoviária
O rapaz de 20 anos, que já tinha antecedentes por furtos, foi preso dentro de um ônibus no Terminal Rodoviário quando se preparava para deixar Nova Petrópolis em direção ao Vale dos Sinos. Com ele foi encontrado a quantia de R$ 267,75.
Eles foram indiciado por roubo qualificado, por terem agido em grupo e mantido a vítima em seu poder, restringindo a sua liberdade. Além disso, o maior também foi acusado de corrupção de menores.
Menores alegaram que foram coagidos
Em depoimento na delegacia ao então delegado substituto Rodrigo Veiga Morale, os menores confessaram o crime, mas disseram que estavam sendo forçados pelo jovem maior de idade. Disseram ainda que antes de pegarem o táxi, tentaram roubar um Fusca no Centro, mas desistiram porque o mais velho não teria conseguido efetuar ligação direta no veículo. Os quatro dividiram o dinheiro do taxista.
A vítima
À época, O Diário cobriu a notícia e publicou que o taxista foi vítima por ser um senhor já de idade e sem maldade, segundo disseram pessoas próximas. Ele teve fraturas no crânio e ficou com risco de perder a visão de um dos olhos, mas ficou internado apenas um dia, recebendo alta já no dia 2 de maio. Após o crime, taxistas do município ficaram com medo de trabalhar durante a noite. O caso teve repercussão nacional.