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Ivoti: atleta da Seleção Brasileira treina na garagem de casa em função da pandemia

18/06/2020 - 09h21min

Atualizada em 18/06/2020 - 09h28min

Com ajuda de amigos e clubes, família montou centro de treinamento na garagem

Ivoti – Com a pandemia, diversas atividades, entre elas os eventos esportivos, foram cancelados ou suspensos para evitar o avanço do coronavírus. Na região, a jovem ivotiense Victória Strassburger, de 14 anos, com convocações recentes para a seleção brasileira de tênis de mesa, precisou adequar parte da casa para não deixar de treinar.

Vicky, como é carinhosamente conhecida, comenta sobre a falta da rotina de competições, mas reconhece a necessidade de cuidar da saúde. “Estou com muita saudade dos campeonatos, dos treinos, das viagens, dos meus amigos, e torço para que tudo isso passe logo. É muito importante que todos se cuidem neste momento”, destacou.

Família optou por não ir a Porto Alegre

E entre estes cuidados redobrados para conter o vírus, um foi definido em família. Antes da pandemia, Vicky treinava em Ivoti, na Colônia Japonesa, em São Leopoldo, na Ginástica, e em Porto Alegre, na Sogipa. Destes, apenas o último está com treinamentos normais neste momento. Mesmo assim, a decisão foi de esperar. “Nós, em família, decidimos que, por precaução, eu não vou treinar em Porto Alegre, pelo perigo de contaminação. Eu acho que não é necessário por enquanto, porque não há datas previstas para o reinício das competições”, relatou.

Entretanto, mesmo com a decisão da família, a atleta não vai deixar de treinar. “Mas eu estou treinando sim, todos os dias, em casa, na nossa garagem. Montamos praticamente um centro de treinamento, mas com muito apoio dos nossos amigos”, prosseguiu.

Muita ajuda para não deixar de treinar

A ajuda na montagem do improvisado centro de treinamentos veio desde familiares até de associações e clubes por onde joga. “A Ginástica de São Leopoldo me emprestou uma mesa profissional. Minha vó costurou alguns panos azuis para ajudar, pois a parede da garagem é da mesma cor da bolinha. Um amigo fabricou alguns rebatedores, então consigo treinar sozinha. E a Associação Nipo-brasileira, de Ivoti, me emprestou borrachões para chão, já que o piso escorregava bastante”, completou.

Grande parte deste apoio também vem do técnico de Victória, que está acompanhando de perto a nova rotina da atleta. “Além disso, não posso esquecer do meu técnico Jorge Fanck, que está vindo aqui em casa de duas a três vezes por semana, o que tem me ajudado muito. O apoio dele está sendo fundamental. Sou muito grata a todos que de alguma forma estão me ajudando e fico feliz que estou conseguindo manter minha rotina de treinamento mesmo com a pandemia”, finalizou.

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Quase barrada na fronteira

No início de março, representando a Seleção Brasileira de Tênis de Mesa, a ivotiense participou de uma etapa do Circuito Mundial e no Campeonato Sul-Americano, realizado em Lima no Peru. Foram menos de 15 dias de competição, marcada pelo medo do coronavírus, que estava avançando pela América do Sul. “Fecharam o ginásio. Torcida, pais e público tiveram que sair, ficando só atletas e técnicos. No caminho para os jogos, vimos filas para entrar em supermercados, prateleiras vazias e gente gritando ‘corona, corona’”, relatou a atleta à época.

Um dos momentos mais marcantes da viagem de Vicky para o Peru foi o retorno. Instantes depois do avião em que estava decolar de volta ao Brasil, o governo local decidiu por fechar as fronteiras do país. “O meu voo seria às 22h50min. Eu estava sozinha, com o aeroporto lotado. Fecharam as fronteiras à meia-noite, e graças a Deus eu ainda consegui embarcar”, contou.

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