Destaques
Ivoti: empresários e comerciantes reagem sobre bandeira vermelha
Ivoti – O município viveu emoções distintas entre a tarde do último sábado e a noite desta segunda-feira, 22. Após nova rodada do modelo de Distanciamento Controlado do Estado, ficou determinado que Ivoti estaria dentro da bandeira vermelha – que determina o risco de contágio das regiões pelo coronavírus (risco alto).
Ivoti se juntou aos municípios da Amvars e encaminhou ao Estado recurso, apresentando argumentos que poderiam rebaixar a bandeira do município para laranja (risco médio), flexibilizando desta forma a abertura e funcionamento do comércio, indústria e serviços.
O governador Eduardo Leite anunciou ao final da tarde de ontem que os municípios que estão na bandeira vermelha, mas que não registram óbitos ou internações nos últimos 14 dias, poderiam aderir as restrições da bandeira laranja através de decretos municipais, acendendo a esperança de Ivoti de estar incluída na lista de concessões.
Instantes depois, no entanto, o Governo do Estado emitiu uma relação das cidades gaúchas que estariam aptas a adotarem as medidas da bandeira laranja estando em zona da vermelha. Ivoti não constava na lista.
Às 23 horas a Prefeitura lançou comunicado informando que, após reanálise dos casos no município junto ao Estado, se constatou que uma paciente ivotiense esteve internada em junho em Porto Alegre, desqualificando o município para seguir enquadrado nos trâmites da bandeira laranja.
As primeiras mudanças já são sentidas
Enquanto novas medidas não são anunciadas, a alteração na rotina de Ivoti já foi sentida na manhã de ontem. A Prefeitura cercou com fitas e instalou placas em praças do município para conter aglomerações.
No setor de serviços essenciais, o menos afetado com o novo regramento, a notícia também repercutiu. O presidente da Agas e proprietário do Super Ivoti, Pedro Schneider, aponta que o estabelecimento vai seguir o regramento do Estado e reduzir em 50% o quadro de trabalhadores por turno. “É complicado, pois Ivoti entrou nesta lista em razão de outras cidades da região que apresentam um quadro muito mais grave da doença que o nosso”, comentou.
Já em restaurantes e lancherias fica proibido receber clientes no local, mas os estabelecimentos podem atender em sistema de tele-entrega. O gerente do Restaurante Pepperoni, Marco Aurélio Bernardes, aponta que o estabelecimento preconiza a saúde dos clientes, mas que a defasagem econômica é inevitável. “Apoiamos pela segurança de todos, mas é claro que somos prejudicados”, aponta.
Há 25 anos no ramo – e exercendo atividades no restaurante de Ivoti desde novembro – Marco destaca o ineditismo que a situação de pandemia proporciona aos negócios. “Temos dois tipos de público. Um que só pede comida pela tele-entrega, nos recebe de máscara e mantendo distância, demonstrando receio com relação a doença. E temos os clientes que vêm ao restaurante sem demonstrar nenhum temor. Em algumas situações, nem máscaras usam”, finaliza.
O setor mais prejudicado
Por não ser serviço considerado essencial, a partir de hoje a academia de Isael Juchem terá de fechar as portas. A medida afeta financeiramente a Move Academia, já que os alunos pagam suas mensalidades de acordo com o período que farão uso das instalações. “Prevendo a entrada da nova bandeira, já na semana passada percebemos uma queda na frequência”, apontou, lembrando que quem antecipou mensalidades, não será prejudicado no retorno à normalidade.
“E seguimos orientando a todos através das redes sociais, passando exercícios, para que na volta o aluno não sinta a falta de ritmo”. Isael destaca que os cuidados voltados para a higienização sempre foram essenciais no espaço, avaliando que a pandemia apenas reforçou medidas. “Álcool em gel sempre teve. Realizamos faxinas três vezes por semana. Estávamos agendando horários para os treinos. Lamentamos muito essa situação”, comenta.
Para o empresário, todos os cuidados sanitários que vinham sendo adotados no estabelecimento possibilitavam a segurança aos usuários.“As medidas adotadas nas academias eram suficientes para afastar o risco de contágio. Trabalhamos com a saúde e muitos nos procuram para se queixar como a falta do exercício afeta o corpo e a mente”