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Líder de facção preso no Paraguai aterrorizou Herval em roubo a banco
Por Melissa Costa
Santa Maria do Herval/Região – O traficante e líder de facção criminosa preso no início desta semana no Paraguai é um dos responsáveis por uma das ações mais violentas e traumatizantes de Santa Maria do Herval. Fabrício Santos da Silva, 37 anos, vulgo Nenê, estava foragido da justiça após ter rompido a tornozeleira e fugido para o país vizinho. Mesmo com 70 anos de pena para cumprir, ele recebeu o benefício da prisão domiciliar durante a pandemia por ser hipertenso e ter quadro de problemas neurológicos que lhe provocam desmaios. Fabrício era um dos integrantes da quadrilha que assaltou a agência da Sicredi em setembro de 2005. Surpreendidos pela Brigada Militar, houve troca de tiros, perseguição, um policial baleado, um bandido morto, dois presos e um morador morreu após sofrer infarto tentando proteger as netas.
APENAS UM DE OUTROS TANTOS CRIMES GRAVES COMETIDOS
Por este crime praticado em Herval, Fabrício chegou a ser preso em flagrante, ao lado do comparsa Glauber Joanito Viera, 25 anos, morto com uma facada dentro da cadeia em janeiro de 2008. O assalto ao banco em Herval foi apenas um dos graves crimes praticados por Nenê. Em fevereiro de 2012, ele foi acusado de matar um policial militar à paisana em frente de uma boate na RS-239, em Sapiranga. Outros dois policiais também foram baleados, mas sobreviveram. Nesta época, Nenê já era apontado como integrante de uma das maiores facções criminosas do Rio Grande do Sul. Foragido, em novembro de 2013, foi preso por policiais federais no aeroporto de Foz do Iguaçu, tentando embarcar para Florianópolis com documentos falsos. No presídio, ele é apontado pela polícia como um dos detentos que comandou a escavação de um túnel para fuga em massa no Presídio Central, ação descoberta em 2017 pela polícia antes de ser concluída. Outro caso que ganhou repercussão de Nenê ocorreu em 2014, quando ele teria pago R$ 400 mil para libertar sua companheira sequestrada a mando de um detento da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
TARDE DE TERROR AINDA É LEMBRADA
O assalto a banco ocorreu por volta das 13h30 do dia 3 de outubro de 2005. A quadrilha fortemente chegou ao município e, segundo a polícia, a intenção era assaltar o Banrisul, mas a agência estava fechada. Então, o bando seguiu para a Sicredi, mas foi surpreendido pela Brigada Militar, iniciando um primeiro e intenso confronto armado. A fuga seguiu em diração à Vila Nova e, depois de abandonarem o veículo, os assaltantes fugiram para o matagal. Em pouco tempo, estima-se que 100 policiais se mobilizavam na cidade. O bando acabou encurralado e houve novo confronto, quando um dos bandidos foi morto a tiros e um dos policiais baleado nas duas pernas. Percebendo que o cerco estava fechando, dois bandidos, entre eles, Nenê, resolveram se entregar. Outros dois conseguiram fugir. Além dos confrontos e perseguições, a cidade se chocou com a morte de um avó, que ao se desesperar com os tiroteios, correu em direção a casa das netas para protegê-las. Ele sofreu um infarto fulminante e caiu morto em um terreno, nos fundos da residência.