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Marido de guarda municipal é acusado de mandar matar taxista em Novo Hamburgo
Estância Velha/Novo Hamburgo – O marido da guarda municipal presa dia 7 é apontado como o mandante da morte de um taxista, em 2013, no bairro Roselândia, em Novo Hamburgo. Antônio Adelar de Oliveira, vulgo Inspetor, 51 anos, conhecido assaltante de banco e ligado a facção Os Manos, responde a processo que segue tramitando na Vara do Júri em Novo Hamburgo.
Conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público, Inspetor mandou matar o taxista Denisio Antônio Padilha de Lima, fato ocorrido às margens da BR 116, próximo a divisa com o bairro Rincão Gaúcho, em Estância Velha, na noite do dia 19 de janeiro de 2013.
Outros dois homens são réus no mesmo processo. Vagner Luís Prestes e Jonatan Willian Minho da Costa são apontados como os executores do taxista.
O envolvimento do assaltante de bancos – e marido da guarda Jaqueline Barbosa de Oliveira, 47 anos – com a morte do taxista aconteceu durante a investigação da Polícia Federal que apurava o roubo a casa de uma juíza federal em Ivoti, no final de 2012. Embora Jaqueline e Inspetor não tenham participação do caso, a polícia chegou ao nome de ambos e passou a ouvir as conversas deles através de uma interceptação telefônica.
Dias antes de ser morto, em uma ligação interceptada pela polícia, a guarda municipal Jaqueline Oliveira e o marido, que na época já estava preso, tentaram contratar o taxista para fazer uma “corrida”. A missão dele seria levar drogas e aparelhos celulares, que posteriormente foram apreendidos durante operação, para Porto Alegre. Esse material seria entregue a uma mulher contratada por Jaqueline para entrar com o material ilícito na Penitenciária Modulada de Montenegro.
O taxista Denisio não aceitou fazer o serviço. Segundo a Polícia Federal, o marido de Jaque avisou que daria “uns apertos” em Denisio por ter se negado a trabalhar para a quadrilha. Denisio de Lima, que era natural de Santa Catarina, foi morto com três tiros na cabeça.
Sentença de pronúncia
O processo contra Inspetor e os outros dois réus tramita desde o dia 17 de dezembro de 2013. Inicialmente, quando a polícia começou a investigar o caso, a Justiça negou a prisão preventiva dos acusados, com parecer favorável do Ministério Público.
O caso tramita na Vara do Júri há seis anos e somente agora, no final de janeiro deste ano, o processo voltou à mesa da presidente da Vara do Júri para que seja tomada a decisão se os réus irão à júri popular ou se serão absolvidos da acusação. Para a polícia e Ministério Público, há provas suficientes para que o trio seja levado a julgamento, contudo, isso dependerá da juíza Angela Roberta Paps Dumerque.
Guarda condenada e presa
A guarda municipal de Novo Hamburgo, presa na sexta-feira, dia 7, foi condenada a 13 anos de reclusão, no regime fechado, por associação criminosa e tráfico de drogas. Ela ainda foi condenada, no mesmo processo, por encabeçar um esquema de encaminhar aparelhos celulares na Penitenciária Modulada de Montenegro. O crime aconteceu há sete anos, em janeiro de 2013.
Em razão dos crimes, Jaqueline Barbosa de Oliveira, 47 anos, que é guarda desde 1992, foi condenada há quase 15 anos de reclusão, contudo, ela recorreu e conseguiu diminuir a pena para 13 anos. A Justiça determinou a prisão de Jaque, como é conhecida pelos colegas da Guarda, em novembro de 2018. Ou seja, durante um ano e dois meses, a acusada figurou na lista de foragidos do Estado.
A prisão de Jaqueline Barbosa de Oliveira foi realizada por soldados da Patrulha Tático Móvel, a Patamo, da Brigada Militar estanciense. Por volta das 17 horas, os policiais realizavam o patrulhamento pelo Sol Nascente quando passaram em frente a casa da acusada, na rua Novo Hamburgo, esquina com a Santa Rosa, e flagraram a agente em frente à residência.
Os policiais militares tinham conhecimento de que a acusada tinha um mandado de prisão e abordaram. Ela confirmou que estava “pedida” e não reagiu. O mandado de prisão tinha validade até 2038, o que indica a gravidade do crime que cometeu. Jaque foi conduzida à Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) de São Leopoldo, e após foi encaminhada ao presídio para o início do cumprimento da pena.