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Memórias: “Era horrível ser vereador em Morro Reuter naquela época”, afirma Apolônio Wittmann

19/11/2021 - 07h25min

* por Fábio Radke 

Morro Reuter – O ex-vereador Apolônio Wittmann, de 81 anos, não hesita em responder como era fazer parte das primeiras legislaturas da história da Câmara de Vereadores do município. A resposta enfática do aposentado na ponta da língua é atribuída a falta de interação e pouco diálogo entre os dois poderes no passado. “Era horrível ser vereador naquela época. Nenhum vereador, nem situação ou oposição, tinha apoio do prefeito. Não davam nem atenção para a gente”, afirma. Wittmann assegura que nos dias atuais a realidade é outra. “Hoje todos vereadores chegam na prefeita e existe uma relação de diálogo e união. A prefeita inclusive faz questão que as coisas cheguem a ela”, avalia.

O elogio a figura da chefe do Executivo possui uma ligação familiar e consequentemente o sentimento de orgulho. A atual prefeita Carla Chamorro é filha de Apolônio e Cladis Lourdes Lehnen Wittmann. Casados desde 1965, o casal possui três filhas e um filho. Apolônio que acompanhou de perto o processo de emancipação foi vereador de Morro Reuter de 1993 a 2000 ao longo de dois mandatos. Mais tarde, no governo do prefeito José Paulo Sabá Meyrer, chegou a assumir como secretário de Obras do município.

Apolônio reside hoje com a família no centro da cidade. Segundo a opinião do aposentado, nos dias atuais, os candidatos deveriam ter qualificação para concorrer a algum cargo político. “Eu não tenho muito estudo e por isso resolvi não seguir adiante minha carreira política. Fiz somente até a quinta série. O político hoje precisa ter estudo para superar problemas e trabalhar”, acrescenta.

A prefeita e filha Carla Chamorro reconhece a trajetória política do pai em Morro Reuter. “Não valorizava muito na época e eu inclusive fui surpreendida com o convite do prefeito para assumir a Educação quando Morro Reuter se tornou município. Hoje sim, eu valorizo e tenho muito orgulho da história dele”, afirma. Ela reconhece que o esforço dele e o apoio de toda a família foi determinante para o sucesso do pai nos pleitos.

Atuações profissionais

Apolônio afirma que já trabalhou em diferentes áreas ao longo de sua trajetória. Ele recorda ainda o trabalho na agricultura desde criança. “Eu estava em Cristo Rei quando trouxemos o moranguinho para cá. Tínhamos plantado cerca de 11 mil pés da fruta. Éramos entre 11 irmãos e os mais velhos vendiam as caixinhas direto na faixa”, recorda. Com a maioridade foi ele quem começou a cair na estrada na boleia do caminhão após ter servido ao Exército. “Virei caminhoneiro e no começo puxava peixe direito para São Paulo e depois outros Estados. Eu viajei também por todo o Rio Grande do Sul na época”, disse. Ainda chegou a ser motorista de ônibus e também era cobrador ao mesmo tempo. Apolônio recorda ainda que antes da aposentadoria trabalhou ainda na indústria e em pouco tempo da função de motorista passou ao cargo de gerente.

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