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Menino de Santa Maria do Herval é salvo por funcionários da RGE e recebe presente surpresa
Por Cleiton Zimer
Via GZH / Tiago Boff
Santa Maria do Herval – Nessa semana a GZH, através do jornalista Tiago Boff, publicou uma emocionante história do pequeno menino Júnior, morador do bairro Aparecida, no trecho da VRS-873 que fica logo na entrada do município de Santa Maria do Herval. Trabalhadores da RGE socorreram o menino em convulsão, cuja ação resultou em um forte laço de amizade acompanhado de perto pela GZH.
Aos 9 anos de idade, Júnior Patrick não tinha expectativas na última Páscoa. De família humilde, ele sabia que os pais não poderiam bancar os doces desejados. Até que uma incrível coincidência — ou destino, como crê a família — levou para sua casa uma dupla de trabalhadores da concessionária RGE: os funcionários bateram à porta da residência pedindo pelo sinal de wi-fi, para solicitar resgate ao caminhão que havia estragado. No trecho da VRS-873 não há sinal de telefonia. Encontraram o menino sofrendo uma convulsão, e a história entre eles começou. As equipes da empresa têm treinamento para primeiros socorros, e um atendimento inicial foi possível.
— Levamos o Júnior para o hospital e lá, pra trocar de assunto, perguntei o que ele ia ganhar do coelhinho. Disse que não havia pedido nada, e isso doeu meu coração, pensei nos meus filhos — relembra o eletricista Márcio Winter, 38 anos.
O funcionário da companhia elétrica compreendeu a atitude do garoto, que ignorava a data festiva. Estava consciente da condição enfrentada pelos familiares: devido a suspensão das festas, desde o início da pandemia, a mãe e o pai, que são músicos, deixaram de se apresentar nos bailes, até então a principal renda para manter o imóvel e os quatro filhos.
Mãe do menino reforça que a chegada dos atendentes, no exato momento da crise do garoto, é obra divina (Lauro Alves / Agencia RBS)
Após ganhar alta, Júnior se juntou à irmã, Manuela de Fátima Ferreira Silva, 10 anos, e listou presentes que gostaria de ganhar. A cartinha virtual acabou endereçada aos novos amigos, da concessionária.
Márcio e o colega Alan Dreher, 34, compraram ovos de Páscoa, dois pares de tênis e duas calças, além de uma jaqueta. Os outros irmãos também foram presenteados.
Logo que recebeu as doações, Júnior enviou um áudio de agradecimento pelo WhatsApp:
— Eu nunca ganhei tanta coisa assim. Que Deus te abençoe, ele vai te dar em dobro. Ô tio, hoje é o melhor dia da minha vida — garantiu o menino.
Na manhã da última segunda-feira, 7, a reportagem de GZH acompanhou o reencontro, na simples, mas aconchegante casa de madeira onde se conheceram, às margens da rodovia. A criança vestia o casaco azul e os tênis de estampa colorida entregues pelo coelhinho.
Júnior escalou a caminhonete e pousou para fotos, de braços cruzados ao lado da dupla de atendentes.
— Se eu quero trabalhar com eles? Já vão estar aposentados — retruca o menino, com a sinceridade da infância.
Andressa Cristina Ferreira, 31 anos, lamenta não ter conseguido realizar todos os testes para descobrir a origem das convulsões do filho. O valor para um dos exames supera os R$ 300, parcela considerável dos ganhos no bar improvisado junto à casa. Grata pela ajuda, reforça que a chegada dos atendentes, no exato momento da crise do garoto, não pode ser coincidência.
— Foi Deus que colocou esses dois anjos na porta da minha casa. Isso que eles fizeram pelo meu filho mostra que vale a pena ser bom, e ajudar o próximo — afirma a mulher.
A Rádio Gaúcha, através do programa Gaúcha Hoje, fez uma entrevista com os eletricistas e a família, que pode ser conferida no site, clicando aqui.