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Moradora de Dois Irmãos relata angústia de colegas ucranianos

25/02/2022 - 16h07min

Atualizada em 25/02/2022 - 16h14min

Créditos: Agência Brasil
Por Guilherme Sperafico

A invasão russa à Ucrânia espanta o mundo nesta semana. As tropas tomam conta de Kiev, capital nacional, pedindo que os militares ucranianos se entreguem e derrubem o presidente Volodymyr Zelensky. Em meio à guerra, estão os moradores que vivem o medo da perda da soberania do seu país.

Do outro lado do Atlântico, há quase 12 mil quilômetros de distância, está uma moradora de Dois Irmãos, de 35 anos, que sofre ao ver centenas de colegas de trabalho dispostos a dedicar a vida para defender a Ucrânia. A mulher, que prefere não se identificar, trabalha para uma empresa americana que tem uma filial e a maioria dos colaboradores em Kiev. “São mais de 300 colaboradores. Alguns chegaram a ir embora, principalmente os que têm filhos pequenos, mas a maioria quer ficar e lutar. Eles odeiam todo e qualquer russo”, relata.

Desde a chegada das tropas russas às fronteiras, ela mantem o contato diário com os colegas. “Eles estavam trabalhando normalmente até anteontem, quando os ataques começaram. Não gostam muito de tocar no assunto, são muito fechados, mas dizem que não estão bem, porém não vão recuar. Vão fazer o que tiver que fazer. As pessoas estão se armando e tem poder de matar qualquer russo”, conta.

Sentindo a dor de amigos e colegas

Convivendo e contatando diariamente os trabalhadores ucranianos, um dos sentimentos neste momento é a impotência. “Hoje eu tive que vir pra casa e me medica. Não consegui nem abrir sistemas, porque tudo que a gente abre aparece uma noticia de lá, alguém nos fala. Toda guerra é ruim e prejudicial, mas quando tem pessoas que a gente conhece, dói muito”, afirma emocionada.

Pelas redes sociais ela mostra uma publicação de uma amiga que escreve: “Eu repito novamente: agora minha vida, como de qualquer ucraniano está em perigo. Já é o segundo dia que, depois que escurece, só pense se vou acordar se fechar os olhos. Considero cada conversa com minha mãe potencialmente a última. Cada ação que realizo, mais conscientemente do que nunca, e leio cada reação de forma mais transparente possível”, desabafa a ucraniana.

Publicação e tradução da ucraniana no Instagram

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