Moradores continuam sofrendo com o atendimento da RGE em Santa Maria do Herval

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Os moradores de diversas localidades do município seguem utilizando a tribuna da Câmara de Vereadores todas as semanas para relatar os transtornos que estão tendo com o atendimento da RGE, responsável pela distribuição de energia na região. As reclamações são várias, mas, destacam-se a falta de manutenção preventiva das redes e demora no reestabelecimento.

Uma audiência já foi convocada pelo presidente do Legislativo, Diego Joel Lechner (PDT) para o dia 12 de março, às 19h30, no Salão Paroquial. Estão convidados os representantes da RGE, prefeita, vice, representantes do Ministério Público, da AGERGS e população em geral. Diego ressalta que todos os cuidados frente ao momento serão tomados.

Problemas no Ilges

A moradora de Padre Eterno Ilges, Magali Kasper, disse que o maior problema é a demora no atendimento. “Tem vezes que ficamos até três dias sem energia elétrica. Ligamos, fazemos protocolos, eles nos dão previsão e, quando ligamos de novo, dizem que não tem protocolos”.

Ele conta que a situação causa muitos estragos, fazendo com que os moradores percam alimentos e tenham prejuízos em aviários. “Quando ficam sem energia precisam investir em geradores”.

Além disso, no Ilges, quando não tem energia elétrica os moradores ficam sem comunicação, pois não há sinal de telefone e o único meio de comunicação é pela internet. Há também os que ficam sem água.

A moradora diz que é essencial fazer a manutenção da rede e que há muitos postes podres. “Uma vizinha ligou várias vezes para a RGE fazer a poda. Aí eles dizem que é com a Prefeitura. A Prefeitura diz que é com a RGE”.

Magali conta que fizeram um protocolo para trocar um poste deteriorado. Ligaram várias vezes e não foi feito. “Choveu, o poste caiu e ficamos três dias sem energia elétrica”.

Transtornos em Boa Vista do Herval

O morador de Boa Vista do Herval, Samuel Dilkin, possui três aviários junto com o seu pai. Ele relata enfrentar um problema que está se estendendo desde janeiro de 2019, quando deram início à produção do segundo aviário. “Observamos uma oscilação de energia, principalmente quando a demanda é maior. Nunca tivemos algo que solucionasse o problema”, disse.

Ele explicou que os próprios técnicos da RGE falam da necessidade de trocar o transformador que existe há mais de 30 anos no local que, diante do crescimento populacional, ficou fraco para suprir toda a necessidade de abastecimento.

Recorreram à justiça

Samuel contou que preencheram todos os documentos que a empresa pediu e, mesmo assim, não estão sendo atendidos. “Pediram que a gente contratasse um engenheiro elétrico particular para fazer o projeto para eles, do que teriam que fazer para ter energia o suficiente. Nessa ocasião me senti injustiçado e ingressei na justiça”, disse o morador, afirmando que recentemente ficaram, novamente, 36 horas sem luz devido a um rompimento de cabo. Gastaram cerca de R$ 500 com diesel. “É um dinheiro que vemos indo pelo ralo. Lote sim, lote não, temos esses problemas”.

As equipes

O morador ainda denunciou o que mais moradores já relaram à reportagem: que muitas vezes uma equipe vem olhar e falam que é chegado o término do seu turno e, dessa forma, uma outra virá para resolver o problema. Isso ocorreu na última vez que ficaram sem energia elétrica por 36 horas: demoraram para vir, quando vieram constataram o problema mas disseram estar no final do seu turno e que outra equipe viria. A outra, entretanto, só veio no dia seguinte, acumulando assim 36 horas de prejuízos.