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“Nós cansamos de fazer obras com empreiteiras”, diz secretário

25/05/2020 - 14h25min

Atualizada em 25/05/2020 - 14h28min

Com custo inicial estimado em quase R$ 3 milhões, o projeto de ampliação da Escola Luiz Loeser, em Vila Olinda, chama a atenção pelo valor envolvido, mas também pela mão de obra escolhida: operários da própria Prefeitura, em vez de uma empreiteira contratada por licitação, como acontece normalmente.

“Estamos cansados de fazer obras deste jeito”, afirmou o secretário de Educação, Ricardo Lawrenz, listando uma série de dificuldades enfrentadas pela administração em obras recentes. Ele participou da sessão da Câmara na segunda-feira, 18, ocasião em que explicou o projeto de Vila Olinda aos vereadores. Para levar o projeto adiante, o Executivo precisava da contratação emergencial e temporária de cinco operários, o que foi aprovado pelos vereadores.

Já o material de construção será adquirido pela Prefeitura da forma tradicional, através de um processo licitatório. Além disso, alguns serviços especializados, como escavação de rochas, serão terceirizados. Ricardo está convencido de que desta maneira haverá mais qualidade e ainda uma economia entre 20% e 30% no custo final da obra.

POR ETAPAS – De acordo com o secretário, o município não dispõe do valor necessário para a obra toda. Por isso ela será feita por etapas. Pelo sistema tradicional, seriam necessárias várias licitações, o que é visto como um complicador. A empresa que assume uma obra em andamento geralmente aponta problemas no que já está pronto.

“Normalmente são empresas de fora. Na hora da disputa eles reduzem o preço e depois vivem reivindicando aditivos. Além disso atrasam as obras e muitas vezes ainda subcontratam empresas, pois assumem várias obras e não têm empregados suficientes. Isso tem nos causado sérios transtornos, de atrasos e de problemas de qualidade”, explicou Ricardo. Ainda segundo ele, existem sim empresas que prestam bons serviços. “Sempre ficamos torcendo para que umas dessas vença as licitações, mas nem sempre isso acontece”.

O projeto de ampliação

A área a ser ampliada na Escola Luiz Loeser totaliza 1.436 metros quadrados. A parte mais antiga da escola dará lugar a banheiros. Já o prédio principal terá 14 salas de aula, distribuídas em quatro pavimentos, que contarão também saguão, elevador, área de circulação e banheiros.

Calculado pelo padrão da tabela Sinapi, o projeto de ampliação custaria R$ 2.989.555,98. De acordo com Ricardo Lawrenz, somente a primeira etapa poderá ser realizada pela atual gestão. Ela consiste na construção dos dois primeiros pavimentos, que terão uma sala de aula cada um. O custo da etapa é estimado em cerca de R$ 500 mil, sendo R$ 150 mil relativos aos gastos com os operários temporários.

Projeção de como ficará a Escola Luiz Loeser (foto: Crédito: Reprodução)

Votos de confiança e abstenção

Antes de ser votado, o projeto que autoriza a contratação emergencial dos operários foi submetido a vários questionamentos dos vereadores de oposição. As perguntas foram respondidas pelo secretário Ricardo Lawrenz. Darlei Wolf (PSDB), Kátia Zummach (PSDB) e Rodrigo Santos (PSB) falaram que dariam um “voto de confiança”, por se tratar da educação e pela real necessidade de ampliações na Escola Luiz Loeser.

Todos os votos foram favoráveis, exceto o de Nei Schneider (PSDB), que se absteve. O tucano questionou o fato deste governo tentar a experiência apenas no último de oito anos de mandato. “É uma aposta. E se chover, o que todo mundo quer que aconteça. Vamos pagar esses cinco operários para ficarem sentados? É tudo muito confuso. E para mim não está provado que haverá um ganho”, disse.

LEIA A REPORTAGEM COMPLETA, COM EXEMPLOS DE PROBLEMAS EM OBRAS, NA EDIÇÃO IMPRESSA DE HOJE (25/05) DO DIÁRIO

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