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Nova Petrópolis: assassinato de Josef Ludke completa um ano

17/03/2022 - 16h27min

Josef Ludke tinha 65 anos (Créd.: Divulgação)

Nova Petrópolis – Nesta sexta-feira, 18, completa-se um ano do assassinato do empresário Josef Paulo Ludke, morto aos 65 anos em sua propriedade, na Linha Imperial. O assassino confesso, Gelmar do Nascimento, hoje com 40 anos, está preso desde a manhã do dia seguinte, quando foi capturado dormindo em casa. As investigações apontam para um latrocínio, pois entende-se que ele matou para roubar. No entanto, a família acredita que o crime foi premeditado, uma vez que Gelmar já foi ao local com a intenção de matar.

O que sustenta essa tese é um áudio que Gelmar mandou para uma mulher poucas horas antes do crime, em que dizia: “Quero matar um louco aqui que me tirou para bobo. Estou aqui trepado em cima de uma árvore. A hora que ele passar… Eu sei o caminho dele, é por aqui, vou explodir os miolos dele agora”. Para familiares, este é um indício claro de que Gelmar planejou o assassinato.

Participação de outra pessoa

A família do empresário contratou técnicos para tentar descobrir como tudo aconteceu, e as evidências levantadas indicam que Gelmar pode não ter agido sozinho. Josef foi morto com golpes de enxada na cabeça, do lado de fora de um chalé que existe no local. No entanto, o domicílio foi acessado e uma mensagem foi gravada a faca na televisão do local. “Eu estive no local e vi o estado do meu pai, muito machucado e com muito sangue. Mas do lado de dentro não havia uma gota de sangue. Pela brutalidade do crime, quem matou deveria estar bastante sujo e deixado marcas ao entrar no local”, contou o filho, o ex-vereador Rafael Ludke.

Gelmar foi preso pela Polícia Civil na manhã seguinte, em casa. No local, havia as roupas da noite do crime, mas também com poucas manchas de sangue. Fato que leva a crer que houve a participação de mais alguém. Após agredir o empresário, Gelmar ainda permaneceu no local bebendo cerveja enquanto Josef agonizava. “A primeira reação que alguém tem ao cometer um crime como esse, é fugir. Mas ele ficou lá. Acreditamos que somente uma reprodução simulada pode nos dizer exatamente tudo o que aconteceu, mas não conseguimos autorização. Há uma ineficiência do Estado”, acrescentou o filho.

Possíveis condenações

A denúncia do Ministério Público (MP) é pelo crime de latrocínio, pois Gelmar levou um celular, R$ 500,00 em dinheiro, duas facas e três latas de cerveja. Para este crime, a pena pode chegar a 30 anos de cadeia. Mas a família entende que o caso trata-se de um homicídio seguido de furto. Ou seja, Gelmar foi com a intenção de matar, depois disso aproveitou e levou alguns itens. Em entrevista à GZH publicada na quarta-feira, 16, a advogada da família, Emiliane Gauer disse que quando o MP concluiu o caso por latrocínio, não se buscou outras provas, não aprovaram a simulação, e negaram a amostra de DNA solicitada. Se for classificado como homicídio, o que não parece provável, a pena seria menor. “A família quer que o caso seja esclarecido, e não apenas punitivismo de buscar apenas uma pena maior, sem elucidar todo o caso”, disse Emiliane.

Na mesma matéria, o promotor Charles Martins explicou que o Ministério Público se baseia no indiciamento do delegado Camilo Cardoso, titular da delegacia de Nova Petrópolis na época do crime, e nos depoimentos de pessoas que estiveram na cena do crime, testemunhas, familiares e a própria confissão do assassino. Porém, admite que há indícios de que tenha sido um homicídio a mando de outra pessoa, mas sem nenhuma prova.

“Descanso”

Rafael Ludke disse que essa tem sido uma semana bem difícil por completar um ano desde a perda do pai. O que a família quer é que tudo seja esclarecido para que Josef tenha seu descanso em paz, assim como os próprios familiares, que temem existir a presença de outra pessoa sem saber o que ela pode fazer.

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