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Nova Petrópolis: caseiro que atirou em vizinho foi denunciado por tentativa de homicídio duplamente qualificado

11/08/2021 - 15h10min

Atualizada em 11/08/2021 - 15h13min

Facas que estavam com o denunciado no momento da prisão (Créd.: Dário Gonçalves)

Nova Petrópolis – O caseiro de uma propriedade em São José do Caí, I.N.B., de 64 anos, foi denunciado por tentativa de homicídio duplamente qualificado. O fato ocorreu no dia 6 de fevereiro deste ano. Na ocasião, o denunciado deu um tiro na vítima que fazia um muro próxima à divisa dos terrenos. O trabalhador estava sem camisa e foi atingido por um tiro de espingarda, calibre 20, na região da barriga e peito, já que os chumbos se espalham. Ele foi socorrido por familiares e recebeu alta dois dias depois.

A denúncia de tentativa de homicídio duplamente qualificado é referente a dois motivos: o primeiro é que o autor do disparo atirou por “motivo fútil”, que seria o fato da vítima supostamente estar construindo sobre a outra propriedade, o que não é verdade. O segundo motivo foi por “dificultar a defesa”, pois o caseiro atirou de surpresa, sem qualquer chance da vítima se defender. O processo aguarda aceitação da justiça e a defesa.

Solto e internado

A vítima contou para O Diário que, cerca de um mês após o crime, I.N.B. foi solto sob pagamento de fiança e, no dia seguinte, internado em uma clínica de reabilitação para tratamento de dependência química, já que ele bebia, por iniciativa da própria família. No entanto, o caso traz apreensão para a vítima. “Isso traz preocupação, porque se a própria família não tivesse o internado, ele poderia estar solto por aí. Eu não sei quanto tempo isso vai durar, o prazo na clínica é de um ano, mas e se ele sair antes e quiser atirar de novo?”, comenta.

Depois de ser socorrido pela família ao Hospital Nova Petrópolis, o homem ferido foi transferido para Sapiranga, onde passou por exames mais aprofundados. Ele acabou não fazendo cirurgia, mas fragmentos de chumbo ficaram dentro de seu corpo e causa desconforto. “Eu sinto uma certa ardência quando levanto os braços ou faço algum esforço maior. Tenho medo que futuramente isso dê algum problema e eu tenha que fazer cirurgia e ter que arcar com isso”, disse.

Motivação

Homem trabalhava no seu sítio antes de ser atingido (Créd.: Divulgação)

Após o crime, I.N.B. manteve-se calado diante do então delegado, Camilo Cardoso. No entanto, a motivação para o disparo seria a construção do muro na área da propriedade que o caseiro cuidava. Porém, o muro estava sendo erguido dentro da área de terra da vítima. “Eu não sei até hoje o porquê dele ter feito isso. Nem mesmo era o dono do local. Se eu estivesse fora da minha área, bastava uma conversa, mas ele chegou atirando”, conta a vítima.

A Polícia Civil chegou a apreender o celular do trabalhador para procurar algum indício de desavenças, mas nada foi encontrado. “Fiquei cerca de um mês sem meu celular, que era novo, não podia comprar outro. Nem o número dele eu tinha. Acabei perdendo muitos trabalhos porque as pessoas não conseguiam entrar em contato comigo”, finaliza.

A espingarda do autor do disparo foi apreendida, assim como uma faca com lâmina de 30cm e um facão que estavam com ele no momento da prisão. Depois do disparo, o criminoso escondeu a arma nas terras de um vizinho. Esta terceira pessoa tentou agredir os policiais quando foram em busca da arma e, por isso, o vizinho responderá por resistência e poderá ter que pagar serviços comunitários.

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