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Nova Petrópolis: imposto do aluguel sobe e ameaça comerciantes

07/10/2020 - 09h20min

Atualizada em 07/10/2020 - 09h44min

Salas comerciais vazias têm sido mais comum ultimamente (Créd.: Dário Gonçalves)

Nova Petrópolis – O IGP-M, Índice Geral de Preços – Mercado, conhecido também como a “inflação do aluguel”, acumulou alta de 14,40% em 2020. O reajuste é usado para calcular valores de aluguéis e serviços. Somente em setembro, o percentual foi de 4,34%, superior a agosto, que teve alta de 2,74%. Além disso, considerando os últimos 12 meses, a alta é de 17,94% de acordo com os dados da Federação Getúlio Vargas. A expectativa do mercado financeiro é que o IGP-M encerre o ano em quase 20%, é a maior alta desde 2002.

O reajuste, que pode facilmente ser chamado de aumento, traz grande impacto para os inquilinos do mercado imobiliário, principalmente em momentos de pandemia. Por isso, mesmo que o comércio volte a funcionar sem que feche as portas novamente, a situação ainda inspira cuidados já que o aumento do aluguel pode impactar negativamente no faturamento das lojas.

O proprietário da imobiliária Nova Petrópolis, Gilson Mekelburg, contou que não lida muito com o ramo comercial, seu forte é o residencial. Contudo, possui cerca de seis imóveis para o comércio e, destes, um acabou fechando as portas e os outros pediram uma negociação para reduzir o valor do aluguel por algum tempo. Pedidos estes, segundo Mekelburg, foram atendidos, mas agora os valores já estão voltando ao normal.

Já em outra imobiliária do município, onde pediram que não a identificasse, comentou que os inquilinos estão renegociando este aumento e a maioria dos proprietários estão concedendo. Os proprietários preferem manter os inquilinos em seus imóveis do que deixar por muito tempo eles vazios. “No momento não tem nenhuma loja/comércio que tenha rescindido”.

Negociação

Presidente da Associação Comercial e Industrial de Nova Petrópolis (ACINP), Marcos Alexandre Streck, afirma não ter informações sobre comércios estarem fechando por conta do aumento dos aluguéis, mas há sim lojas fechando suas portas. Streck cita como exemplo a Galeria do Imigrante, onde atualmente existem três salas vazias disponíveis para locação. A saída das antigas lojas é recente, pois as marcas ainda estão na vitrine e fachada.

Um dos casos é o de Jocemir Wanderlei Klauck, que fechou as portas de sua loja na galeria recentemente. Ele afirma que o aluguel não teve culpa nenhuma, inclusive a proprietária aceitou uma negociação do valor. Porém, a falta de clientes e turistas durante a pandemia tornou inviável continuar. “Eu tinha duas lojas, fechei essa e concentrei todo o estoque na outra. Mas assim que vender lá, vou fechar também”, contou.

Loja de Jocemir foi fechada recentemente (Créd.: Dário Gonçalves)

O diretor do Departamento de Comércio da ACINP, Gerson Holtz, acrescenta que, em sua opinião, o mercado imobiliário se autorregula. Dessa forma, o locador que reajustar seus preços fora do que o mercado está pagando, ficará com seu imóvel vazio em breve. “Ainda mais em tempos de pandemia. Penso que sempre deverá haver negociação entre locador e locatário, e que os valores sejam justos e bons pros dois”, finaliza.

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