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O tão aguardado retorno: aulas em formato híbrido conciliarão ensino presencial e remoto em Estância Velha

31/01/2021 - 11h13min

Ensino presencial será retomado depois de exatos 11 meses, devido a pandemia (Crédito: Sandra Costa)

Estância Velha – Com a confirmação do retorno das aulas das redes de educação infantil e ensino fundamental para o próximo dia 17 de fevereiro no município, em formata híbrido, a reportagem do Jornal O Diário conversou com Gustavo Guedes, responsável pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Semec), para entender mais sobre como funcionará este retorno e sanar dúvidas recorrentes da população. 

O educador explica, primeiramente, que esse protocolo de volta às aulas se baseia no previsto pelo Estado, o qual é extremamente detalhado. Porém, este formato criado pelo governo do Rio Grande do Sul foi elaborado como uma base, na qual podem ser feitas adaptações para cada município. 

“É importante destacar que o plano estadual serve como uma base de rigor, ou seja, podemos fazer mudanças, mas nunca sendo mais flexíveis do que ele. O plano que elaboramos foi pensado e elaborado considerando a realidade das escolas do município”, ressaltou. 

Segundo Guedes, o formato híbrido, que será adotado, concilia ensino remoto e presencial, sendo o remoto o principal e o presencial apenas opcional.  

Enquanto as escolas de educação infantil atenderão por meio turno todos os dias, sendo 50% das turmas atendidas na manhã e a outra metade a tarde, o ensino fundamental funcionará em um sistema de ciclos, que durarão de duas a três semanas.  

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COMO FUNCIONARÁ 

Sendo a data de retorno oficial o próximo dia 17, nos primeiros três dias de aula (17, 18 e 19) será realizada uma espécie de treinamento sobre os protocolos a serem seguidos presencialmente, bem como serão dadas orientações sobre o ensino híbrido. 

“Além disso, no dia 19 faremos um ensaio com os pais, para alinharmos como acontecerá a chegada e saída das crianças”, acrescentou o secretário. 

O profissional também esclareceu como serão os ciclos do ensino fundamental. A ideia é que em uma primeira semana sejam realizadas aulas remotas, como já estavam acontecendo. Na segunda semana então, ocorrerão as aulas presenciais. E por fim, em alguns casos, haverá ainda uma terceira semana, em que o ensino será remoto, porém apenas com atividades para os estudantes. 

Dessa forma, o atendimento é revezado, enquanto parte da turma é atendida em sala em uma semana, a outra parte recebe o EAD (ensino a distância). 

O possível acréscimo dessa terceira parte ao sistema acontece pois, de acordo com Guedes, a lei estadual permite 50% de ocupação da capacidade total das salas. Contudo, a lei ainda prevê que o distanciamento de 1,5 metros deve ser seguido.  

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“Com isso, irá variar de escola para escola. Haverá salas em que só 40% da turma poderá ser atendida, e assim, o ciclo terá que ser uma semana maior para que o professor possa atender a todos”, esclareceu ele. 

O ano letivo será organizado em trimestres, separados por uma semana de recesso, a qual será usada pelos responsáveis para alinhar o que está funcionando e o que não está. ”Na melhor das hipóteses, com a vacinação, talvez possamos pensar em voltar no último trimestre 100% presencialmente”, opinou. 

Ao longo das próximas semanas, eventualmente haverão transmissões ao vivo pelas redes sociais, com a presença do secretário e do prefeito Diego Francisco, buscando esclarecer quaisquer dúvidas que ainda possam existir. 

PREOCUPAÇÕES ENVOLVENDO AMBAS MODALIDADES DE ENSINO 

No ensino presencial, o responsável pela pasta de educação conta que, no planejamento, trabalha-se com a hipótese de um contágio. Isso quer dizer que é levado em conta a ideia de, como evitar contaminações, no caso de um aluno estar infectado. 

“Os horários de entrada ocorrerão em um espaço de tempo um pouco maior, já que nesse momento, será realizada a medição de temperatura. Além disso as turmas circularão separadas pela escola. Cada turma terá o seu horário determinado para lanche, recreio e até mesmo para transitar no corredor, não interagindo entre si. Assim, caso um dos estudantes apresentar sintomas, fica mais fácil de isolarmos um grupo específico”, explicou ele. 

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Outro procedimento adotado, que, não necessariamente acontecia antes, é combinar salas maiores com turmas maiores. Além disso, não será mais utilizado, como era em algumas escolas de ensino fundamental, o sistema de salas temáticas, mas sim fixas. Desse jeito, somente os professores irão se deslocar na troca de períodos. 

O professor também afirma que os próprios educadores terão de ser muito rigorosos com os procedimentos sanitários, e ainda conciliar isso com o ensino. Para isso, todos os profissionais dessa área estarão em treinamento de 8 a 16 de fevereiro.  

Já em relação ao EAD, uma das principais questões é que muitas famílias não têm acesso à internet ou dispositivos para que os estudantes possam acompanhar as aulas e atividades. Guedes disse que o próprio município pretende oferecer todo o apoio necessário, dentro do possível, nesses casos, além de que os laboratórios de informática das escolas agora também estarão disponíveis para isso. 

“As preocupações com o acesso ao ensino a distância continuam, e casos como estes receberam a devida atenção. Entretanto, as dificuldades do remoto se minimizam de certa forma com a retomada do presencial”, realça ele. 

OUTRAS PREOCUPAÇÕES 

Em situações muito específicas, também estudadas para elaboração desse plano de ensino híbrido, o secretário orienta que haja um diálogo entre pais, comunidade escolar e Semec, e ainda apelou, “nós também reforçamos que este é um momento muito importante e que vai impactar a vida de todos, e, por isso, precisamos da colaboração, atenção e responsabilidade dos pais” 

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A instrução de acordo com ele, é que caso a criança apresente qualquer sintoma, desde coriza à febre, a família não a mande para a escola. “É recomendado também que, se possível, os pais acompanhem os filhos até a entrada à instituição de ensino de fato, ou, se o aluno for via transporte escolar, que também aguarde junto, pois, se esta criança apresentar febre, precisará voltar para casa”, complementou o profissional. 

Ele acrescenta que esses cuidados variam e podem se flexibilizar dependendo da idade, já que quanto mais velho for o estudante, ele tem mais autonomia, bem como tem mais facilidade com o ensino remoto. 

REFLEXOS

”Toda essa situação é uma mudança profunda no comportamento da sociedade e é um processo; aulas presencias como sempre houve, então a ruptura, que foi o ano passado, o processo de transição que iremos viver agora, e, eventualmente, o fim da pandemia e o retorno total ao presencial. 

Mas, no mundo pedagógico, esse tempo será muito maior do que se vê de fora. Existem lacunas que são muito difíceis de suprir, como na parte da alfabetização, da disciplina e do convívio social, lacunas essas que terão reflexos na vida adulta destes alunos. 

Todo o esforço que estamos fazendo é para minimizar estes problemas. Essa retomada do presencial adotado, ainda que não seja a melhor, é olhando no sentido de diminuir esses buracos deixados. E, no futuro, atitudes serão tomadas com o intuito de preencher estas questões”, explica o educador. 

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LISTA DE MATERIAIS

Gustavo Guedes afirmou que a lista de materiais será divulgada nesta terça-feira, 2, via WhatsApp, Facebook e e-mail institucional dos alunos. Segundo ele, será uma lista o mais sucinta possível, somente com os utensílios considerados necessários. 

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