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Oito famílias tiram o sustento da feira em Dois Irmãos

04/02/2021 - 07h43min

Atualmente são oito famílias que comercializam na feira. (Foto: Leonardo Boufleur/PMDI)

Por

Rogério Savian

Dois Irmãos – A Feira Livre vai completar 15 meses de atividade no dia 23; e ligado a isso está a história de vida de oito famílias de feirantes que durante a semana preparam produtos como verduras, hortaliças, temperos, chás, flores, geleias, doces, embutidos, bolachas, roscas, cucas e pães para vender aos sábados. São pessoas que fazem questão de oferecer os melhores itens, porém sem o uso de agrotóxicos ou conservantes. De acordo com eles, as vendas têm melhorado, mas percebem que a comunidade de Dois Irmãos ainda não criou o hábito de “ir à feira” toda semana. “Aqueles que vêm saem bastante satisfeitos e acabam retornando na semana seguinte. Aqui temos uma variedade muito grande de produtos e que atende todos os gostos”, destaca a feirante Regina Bayer.

O espaço foi criado com o objetivo de comercializar produtos frescos direto dos produtores rurais ou Microempreendedores Individuais (MEI). De acordo com o chefe do Departamento de Agricultura, Carlos Ellwanger, oito produtores oferecem seus produtos. A feira ocorre das 7 às 11h30, ao lado da Biblioteca Pública, no Centro, em um local coberto e que conta com 225,72 m². A capacidade é para abrigar até 16 bancas. Estão sendo tomados todos os cuidados para evitar a disseminação do coronavírus.

Uma luta antiga

A Feira do Produtor era um pedido antigo da comunidade e foram muitas tentativas de implementação do serviço, mas que só deu certo em 2019, com a construção e inauguração de um espaço pela Prefeitura, com recursos da Consulta Popular. Em 1980, foi iniciado um movimento de feira embaixo da árvore localizada no Largo Felippe Seger Sobrinho. Depois a feira foi transferida para o Ginásio Vicente Hennemann, atual sede do Projeto Global, mas durou poucos meses no local. Nos anos 2000, uma nova tentativa foi realizada nos bairros, com início no Portal da Serra, mas não teve êxito. Em 2010, foi realizada uma penúltima tentativa, no local onde hoje está construída a Feira Livre, mas por falta de estrutura e ser limitada a produtores locais também não deu certo.

Feirantes

Jaiane Harff e Valério Harff. (Foto: Rogério Savian)

 De acordo com Jaiane Harff e o seu pai Valério Harff, as expectativas para esse ano são de boas vendas. Trabalhar na feira é uma tarefa árdua e que exige bastante dedicação. Por isso, um dos pedidos dos feirantes é que os clientes visitem mais a feira para prestigiar o esforço ali empregado e também para que possam comprar produtos saudáveis direto de quem produz. “Acredito que ainda falta as pessoas criarem o hábito de vir toda semana nos visitar. Temos para oferecer produtos direto da colônia, de qualidade”.

Inês Boll e Walter Boll.(Foto: Rogério Savian)

Inês Boll e o marido Walter Boll também estão na feira desde o início e estão otimistas. “É tão bonito ver as pessoas virem comprar suas coisas. A gente faz questão de sempre ter o mais natural possível, sem corantes nas conservas e geleias”. O casal explica que por não usar agrotóxico é muito mais difícil de cultivar. Muitas vezes os insetos acabam atacando as plantas. Atualmente eles tem mais de 20 variedades de produção própria. Eles, que são moradores do Travessão, vendem bastante doces de kerb e até criaram uma marca própria para os produtos, que na maioria é feita com frutos produzidos no próprio sítio.

Sandra e a filha Evelyn. (Foto: Rogério Savian)

A feirante Sandra Terezinha Escher, acompanhada da filha Evelyn Roberta Escher, está há poucos meses participando da feira. Mas ela conta que está bem otimista com a oportunidade de poder vender aquilo que produz. Ela observa que a feira é uma oportunidade para o cliente encontrar produtos tradicionais, que muitas vezes não existe em outros lugares. “É importante as pessoas entenderem que é normal os nossos produtos terem algumas marcas nas folhas. E se tem algum inseto nele é porque não foi usado veneno”. Ela é moradora do Travessão e trabalhou em fábrica de calçados por 19 anos. Depois resolveu se dedicar a fazer faxina e conciliar o tempo com a feira. A chuva das últimas semanas ajudou bastante.

Regina Bayer, feirante. (Foto: Rogério Savian)

O ano de 2020 foi bom para quem que trabalha na feira, segundo Regina Bayer que participa desde o início. A expectativa dela é que melhore ainda mais. “Mas para isso precisamos que o pessoal crie o hábito de visitar a Feira do Produtor aos sábados de manhã. Aqui temos produtos fresquinho, colhido no dia anterior. Essa é a oportunidade do consumidor adquirir algo saudável, com boa procedência e ainda pode conversar com o produtor. Essa é uma maneira de valorizar o trabalho das famílias que estão na agricultura, se esforçando para trazer alimentos de qualidade para a cidade”.

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