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Os dias decisivos do desaparecimento que se transformou na morte de garçom

25/07/2018 - 17h09min

Atualizada em 26/07/2018 - 14h55min

Picada Café/Nova Petrópolis – Foram 22 dias de angústia e também de esperança. Mesmo sem conseguir contato com o garçom Alexandro Grott, 32 anos, desde o dia 2 de julho, familiares ainda mantinham a esperança de que ele pudesse ser localizado com vida. Mas, claro, a cada dia que passava, aumentava a preocupação e o medo de que o pior tivesse acontecido. O desfecho ainda é muito traumático e deixou familiares e a comunidade em geral em estado de choque.

A confirmação de que Alexandro foi vítima de um assassinato e de que seu corpo foi esquartejado e queimado ainda abala o pacato município de Picada Café. Poucos casos violentos são registrados, são raros. Nunca um com tamanha crueldade foi vivenciado desta forma. O medo é sentido de forma silenciosa e nos pedidos de justiça da comunidade de Picada e da região, que também se sente acuada.

PRINCIPAIS DIAS DO CASO QUE CHOCOU A CIDADE

*O domingo, dia 1º de julho, foi como outro domingo qualquer. Alexandro acordou cedo e foi para o trabalho, em um restaurante no Centro de Nova Petrópolis. Terminou sua jornada às 16 horas e foi embora. Conversou com a filha de 9 anos por mensagens de celular até por volta das 21 horas e, pouco mais tarde, ainda visitou uma amiga rapidamente.

*Na segunda-feira, dia 2, familiares e amigos já não tiveram mais informações de Alexandro.

*Na sexta-feira, dia 6, ele deveria ir trabalhar à noite no restaurante. Não apareceu e não mandou mensagem. Durante a semana, também não conversou mais com a filha, o que fazia constantemente.

*No final de semana, familiares já começaram a compartilhar a foto de Alexandro nas redes sociais e informando o desaparecimento. Na segunda-feira, dia 9, a ex-companheira registrou o caso na Delegacia de Polícia de Nova Petrópolis.

*Na quarta-feira, dia 11, policiais civis de Nova Petrópolis, com apoio da Brigada Militar de Picada Café, cumpriram mandados de busca em três endereços – um deles na casa do garçom. Para surpresa dos policiais, na casa do garçom, um homem fugiu (traficante) e no local foram apreendidos 1kg de maconha, crack e arma. Na mesma semana que a vítima foi morta, traficantes já tomaram conta do endereço.

*Na quinta-feira, dia 12, a polícia iniciou as buscas com cães farejadores nos arreadores da residência e matagal e nada foi encontrado. No mesmo dia, uma equipe do Instituto Geral de Perícias (IGP) esteve na casa e fez levantamento, quando foram apreendidas a faca com sangue e a pá.

*O traficante que fugiu deixou o celular na casa e, nele, os policiais conseguiram o vídeo que mostra a vítima sendo queimada. Ao longo dos dias, os policiais cumpriram diversas diligências e também buscaram por informações sobre os suspeitos e também da vítima, que é considerada um ótimo pai e um bom trabalhador.

*Na terça-feira, dia 24, a polícia confirma a morte de Alexandro e, nesta mesma tarde, são decretadas as prisões de dois suspeitos

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