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Padres gêmeos de Nova Petrópolis comemoraram 50 anos de batina

16/02/2022 - 17h27min

Remi e Romeu (ao centro) celebraram o Jubileu de Ouro no Pinhal Alto (Créd.: Breno Bornhorst)

Nova Petrópolis – Idênticos na aparência, os gêmeos Luiz Remi Maldaner e José Romeo Maldaner, de 79 anos, decidiram manter as semelhanças também na profissão escolhida para a vida. Os dois nasceram no dia 14 de outubro de 1942 e cresceram no Pinhal Alto, mas aos 14 anos, deixaram o município para se dedicarem à vida religiosa. Em Gravataí, iniciaram os estudos e depois rumaram para Viamão, onde cursaram Filosofia em um seminário. Com a formação teológica concluída, retornaram a Nova Petrópolis para receber os títulos de sacerdotes na Igreja Imaculado Coração de Maria, no Pinhal Alto, no dia 16 de janeiro de 1971, há 51 anos.

Remi e Romeu, iguais até na vestimenta (Créd.: Divulgação)

Hoje, ambos atuam em Porto Alegre. No entanto, decidiram celebrar meio século de vida religiosa no berço em que nasceram. No último domingo, 13, uma missa foi celebrada na Igreja Imaculado Coração de Maria em comemoração ao Jubileu de Ouro. A Santa Missa foi presidida por Dom Jaime Spengler. O bispo emérito de Novo Hamburgo, Dom Zeno Hastenteufel, e os padres Délcio Reiter, pároco da paróquia São Lourenço Mártir, de Linha Imeperial, e Affonso Edgar Weber, vigário da paróquia Nossa Senhora do Livramento, de Guaíba, concelebraram.

“A serviço do Senhor: alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração”

Os padres Remi e Romeo completaram 50 anos de ordenação em janeiro de 2021. No entanto, em razão do cenário da pandemia naquele momento, a comemoração pela data foi adiada e celebrada já após o aniversário de 51 anos. O lema dos gêmeos é “A serviço do Senhor: alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração”.

Chamado de Deus

De acordo com Romeo, seguir a vida religiosa foi uma decisão tomada a partir de um chamado de Deus. “Essa é a nossa vocação, e a vocação, em qualquer estágio da vida é um sinal de Deus. Nós o recebemos e o aceitamos”, contou. Foi no Pinhal Alto que os irmãos foram batizados e crismados, então, tornarem-se padres foi algo natural. Eles possuem ainda outros 10 irmãos, todos ainda vivos. Mas foram os únicos que seguiram a vida religiosa, muito inspirados nos pais que eram dedicados à família, ao trabalho e à Igreja.

Créd.: Breno Bornhorst

Caminhos traçados

Romeu exerceu o presbiterato nas paróquias São Luís, em Novo Hamburgo, como vigário por um ano; Sagrado Coração de Jesus, em Sapiranga, onde foi pároco por dois anos; São José, na Barra do Ribeiro, por 11 anos; Nossa Senhora do Livramento, em Guaíba, por dez anos; Menino Deus, em Porto Alegre, 18 anos. Atualmente, exerce o seu ministério sacerdotal na Paróquia Santo Antônio do Pão dos Pobres, em Porto Alegre, onde é pároco há nove anos. Também foi coordenador da Pastoral da Juventude de Porto Alegre, assistente Eclesiástico e diretor da Cáritas (Secretariado de Ação Social) por mais de 20 anos. Juntamente à equipe de casais, elaborou a Pastoral dos Casais em Segunda União, da qual foi diretor espiritual por 16 anos.

Remi trabalhou nas paróquias São Paulo Apóstolo, em Canoas, Senhor Bom Jesus, em Taquara; e São João Batista em Camaquã, as três como vigário. Foi pároco da Paróquia Nossa Senhora da Piedade em Maquiné; Nossa Senhora dos Navegantes em Tramandaí; Nossa Senhora da Conceição em São Jerônimo; Nossa Senhora dos Navegantes, Santo Inácio de Loyola, Santa Maria Goretti, São Miguel Arcanjo e, atualmente, pároco novamente na Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes. Todas estas em Porto Alegre.

Raízes no Pinhal Alto

Quem nasceu primeiro, ninguém sabe. Este foi um segredo guardado a vida toda por Amália Cecília, mãe dos gêmeos. “Mamãe sempre desconversava sobre isso, escondeu isso a vida toda e levou com ela para o túmulo”, afirma Romeu. Nem mesmo o pai deles, Reinaldo Maldaner, sabia.

Já são 51 anos na Região Metropolitana, mas os irmãos afirmam que suas raízes são do Pinhal Alto. Por isso, resolveram celebrar a importante data de 50 anos onde tudo começou. “Todos puderam ver que vale a pena. Foi muito emocionante, muitas lembranças vindo à tona. É uma vida inteira entregue a Deus”, comentou Romeu. A missa pode ser (re)vista na página do Facebook da Paróquia São Lourenço Mártir, de Linha imperial, em Nova Petrópolis.

Nas mãos de Deus

Os irmãos não pensam em aposentadoria, ao menos é o que garante Romeu (O Diário tentou contato com Remi, mas sem sucesso). Ele diz que está disposto a seguir trabalhando até os 100 anos e, depois disso, deixará que Deus decida o destino. “A gente não pode parar, se pararmos é porque estamos com o pé na cova, se entregando”, disse aos risos.

E no meio de tanta semelhança, é difícil encontrar uma diferença entre os dois. O próprio Romeu admite que os dois são muito “elétricos” e dispostos a inovar. Isso faz com que os fiéis o confundam com frequência, e os dois se diverte. Mas, se alguém quiser diferenciar, basta olhar para os óculos: o de Remi possui a armação inferior mais grossa.

Felicidade estava estampada nos rostos dos irmãos (Créd.: Breno Bornhorst)

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