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Passados 40 anos a rede elétrica não foi adaptada à nova realidade em Herval

29/07/2020 - 09h41min

Atualizada em 29/07/2020 - 09h46min

O agricultor Paulo Hoff teve que comprar um gerador para não perder alimentos devido à falta constante de energia elétrica (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Já se passaram quase 40 anos desde que a rede elétrica foi instalada na Estrada Linha Boa Vista Herval, na localidade de Padre Eterno Alto. Quando ela veio proporcionou muitas mudanças para aquela rua sem saída, mas, nessas quatro décadas, a sua estrutura não foi ampliada/reforçada e a voltagem permanece a mesma, o que gera transtornos constantes para os moradores.

O agricultor Paulo Hoff, de 63 anos, conta que devido às repentinas quedas de energia teve que comprar um gerador particular. Seus vizinhos fizeram o mesmo. “Não tive opção. Nós sempre temos freezers cheios de carne e, quando falta a luz, corremos o risco de perder tudo”, afirmou. “Tem nove famílias ligadas no mesmo transformador, então a luz é muito fraca”, lamenta.

Paulo mostra onde liga o seu gerador (FOTO: Cleiton Zimer)

Sem manutenção

Paulo conta que nesses 40 anos não foi feita manutenção correta da rede. “Uma vez um poste caiu e trocaram. Mas o resto continua a mesma coisa, desde o começo”, disse ele, enquanto mostrava o poste de madeira ao lado de sua casa, que chegava a balançar quando impunha o mínimo de força sobre ele.

Outro problema, segundo o agricultor, é que o transformador que abastece as famílias não dá conta da demanda. “No começo a gente ligava uma geladeira, ferro de passar roupa e olha lá; hoje não, tem freezers, geladeiras, vários eletrodomésticos, bomba de água e, a energia, está com a mesma potência do que há 40 anos”, afirmou, dizendo que os moradores precisam se revezar muitas vezes. “Temos que prestar atenção, se todo mundo fizer tudo ao mesmo tempo os disjuntores podem cair. Para bombear água, por exemplo, é melhor de tardezinha, antes da noite”.

Sua esposa, dona Lucia Dapper Hoff, 64 anos, conta que chegam a ficar quase uma semana sem luz. “Uma vez ficamos de segunda até sexta-feira”, disse. Paulo completa dizendo que esse é outro problema: a demora no atendimento. “Quando falta luz, às vezes é um problema pequeno, como galhos em cima da rede. Mas, aí vem uma equipe para olhar, depois, outra para fazer e, isso, chega a demorar dias”, lamentou.

Lucia Dapper Hoff, 64 anos (FOTO: Cleiton Zimer)

Perigo eminente

Ildo escorou o poste e prendeu-o com uma corda (FOTO: Cleiton Zimer)

Um pouco mais adiante, na mesma rua, a casa de veraneio de Ildo Dilkin, de 65 anos, corre perigo constante. “O poste está totalmente solto e podre. O problema é que a fiação passa por cima da casa de mais de 100 anos da nossa família e, se o poste vier a cair, corre o risco de a casa pegar fogo, pois os cabos cairão sobre ela. Um patrimônio histórico poderá se perder”, diz.

Ele mostra que já escorou o poste e, além disso, prendeu o mesmo através com uma corda, junto a um pinheiro. “Se não fizesse isso já tinha caído”, afirma preocupado, destacando que já pediu providências, mas nada foi feito. “Não sei por que a linha está por cima das casas, e não passando pela rua”, questionou.

RGE

A reportagem encaminhou a situação para a RGE mas, até o momento, a empresa não deu resposta. Um outro problema na rua também foi apontado pelo Diário no início do ano e, meses depois, a empresa trocou dois postes que estavam dependurados sobre um galpão e casa.

 

 

 

 

 

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