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Perícia confirma que restos mortais são do garçom morto em Picada Café

27/06/2019 - 09h06min

Atualizada em 28/06/2019 - 15h41min

Picada Café/Nova Petrópolis – Logo após a prisão do primeiro acusado de assassinar o garçom Alexandro Grott, 32 anos, em julho do ano passado, em Picada Café, a Polícia Civil conseguiu localizar restos mortais na margem do Rio Cadeia e próximo à residência da vítima. Os agentes apreenderam fragmentos de ossos dentro de um balde, além de parte da pele no local onde ele foi esquartejado e queimado. A localização destes restos mortais não foi divulgada na época por se tratar de uma suspeita, porém, o material foi analisado e feito testes de compatibilidade e o laudo final do Instituto Geral de Perícias (IGP) confirmou, no último mês de março, que os fragmentos de ossos e pele são do garçom.

Conforme apurado pela investigação e confirmado por vídeo gravado pelos assassinos, Alexandro foi morto com um tiro na nuca na própria residência em Joaneta. Após a execução com o disparo, a vítima teve o pescoço degolado e o corpo queimado e esquartejado. Os vídeos que mostram a vítima sendo queimada e o corpo cortado com uma pá foram filmados pelos acusados e flagrados nos celulares deles. Tudo ocorreu na propriedade do garçom e, segundo apurado, Alexandro foi executado por não querer ceder a sua casa para o tráfico de drogas. Por fim, os acusados jogaram os restos mortais no Rio Cadeia, mas parte pôde ser apreendida na lateral, junto a um matagal. Além dos restos mortais encaminhados para análise, a Polícia Civil também apreendeu um galão, que teria sido usado para incinerar, e a faca usada para cortar a vítima. Porém, segundo os laudos periciais, não foi possível obter perfis genéticos na faca e na alça do galão. A faca e o galão, no entanto, são apontados como prova porque aparecem no vídeo.

ACUSADOS AGUARDAM JULGAMENTO PRESOS

Os acusados pelo crime são o sobrinho do garçom, Mateus de Lima, e Geovanne Savedra Monteiro. Os dois residiam em Picada Café e são conhecidos, segundo a polícia, pelo envolvimento com tráfico e uma facção criminosa. A polícia conseguiu chegar à participação deles após a primeira diligência feita na casa do garçom. Quando os policiais chegaram na residência, cerca de uma semana após o desaparecimento, Mateus e Geovanne estavam no local e tiveram que fugir correndo, deixando na residência os celulares, cerca de 1 kg de droga, arma e munições. No celular, os policiais flagraram os vídeos. “É muito difícil iniciar uma investigação sem o corpo da vítima, mas no decorrer do trabalho, conseguimos materiais e provas suficientes da autoria”, disse um dos investigadores. O primeiro a ser preso foi Geovanne, em 7 de agosto, a 280 quilômetros de Picada Café. Ele estava se escondendo em São Lourenço do Sul. Mateus foi preso no dia 12 de setembro, após 49 dias foragido, em Caxias do Sul. Mateus admitiu ter sido autor do homicídio, com requintes de crueldade, e diz que a motivação para tamanho crime passional foi porque era abusado pelo tio e não por causa do tráfico. Geovanne nega que tenha ajudado a matar. Diz que somente ajudou a ocultar o corpo. Os dois seguem recolhidos no presídio de Caxias do Sul.

HOMICÍDIO

O juiz da Comarca de Nova Petrópolis, Franklin de Oliveira Neto, determinou que os réus sejam julgados pelo Tribunal do Júri por crime de homicídio qualificado. As defesas recorreram ao Tribunal de Justiça. A execução do garçom completa um ano no dia 1º de julho.

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