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Polícia Civil e escolas conectadas pelo Papo de Responsa em Herval

07/10/2021 - 10h54min

Conversa com alunos, pais e responsáveis aborda diversos temas importantes e necessários de serem discutidos; crianças tiveram oportunidade de conhecer a viatura em uma experiência (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria Herval – A Polícia Civil do município está presente nas salas de aula através o programa Papo de Responsa, levando uma conversa descontraída com pais, alunos e professores, envolvendo toda a comunidade escolar em um diálogo que visa fomentar a conscientização sobre temas importantes e que precisam ser discutidos.

Não se trata de uma palestra mas, sim, de uma papo de amigo para amigo que permite uma aproximação da polícia com os estudantes e suas famílias, através do qual conhecem o trabalho da instituição e sua ênfase na prevenção.

Quem ministra o Papo é o comissário Antônio Carlos Pinto. Ele explica que os temas são divididos por faixas etárias. Com os menores são tratados assuntos como bullying, empatia, maus tratos a animais. Além disso são orientados de que ninguém pode tocar nas suas partes íntimas, exceto os pais/responsáveis na hora de fazer a higiene pessoal. “E se algo acontecer falamos que devem comunicar aos professores, que são orientados a procurar a polícia”, pontuou.

Comissário Antônio Carlos Pinto ministra o Papo (FOTO: Cleiton Zimer)

Já para os adolescentes o assunto também envolve uma explicação sobre os perigos da drogadição e a rápida ascensão delas para o mundo do crime, junto à detalhes sobre o funcionamento sistema carcerário e as consequências de qualquer ocorrência criminal para o futuro, desde os delitos mais simples aos mais graves.

Os pais também recebem alertas. “Orientamos que devem prestar atenção a sinais de abuso. As crianças estão muito vulneráveis, seja no meio familiar, na comunidade, nas redes sociais e jogos online”. O comissário destaca que os pais também são orientados a serem incentivadores dos sonhos dos seus filhos, valorizando suas ideias.

De igual para igual

Antônio pontua que em todas as conversas busca total proximidade com os alunos, colocando-se no mesmo patamar, usando o linguajar, o jeito deles. Através disso consegue se conectar e criar um vínculo de confiança. “O programa busca fazer justamente isso, ajudar os outros. Temos que ter mais empatia, assimilar mais as coisas”.

Conversas com os alunos são marcadas por reflexões importantes (FOTO: Cleiton Zimer)

O policial reitera a necessidade de construir relações baseadas no respeito. “Vemos que hoje as pessoas são colocadas, de certa forma, uma contra as outras, quando não é bem assim”.

Com isso Antônio pontua a importância de conversar sobre temas que envolvem as relações humanas desde cedo, nas escolas, ambiente que forma o futuro.

Salvando o cachorrinho

Crianças entraram na viatura e “salvaram” um cachorrinho (FOTO: Cleiton Zimer)

Ontem, dia 6, turmas da escola Cônego participaram de uma dinâmica proposta pelo policial. As crianças iam de cinco em cinco na viatura. Ligavam a sirene. O comissário ficava do lado de fora balançando o veículo para dar “emoção” e, depois, as crianças desciam e “socorriam” um cachorrinho “ferido”, feito de papel, para ilustrar como funciona o trabalho da polícia, o comprometimento em equipe e o cuidado para com os animais.

A experiência rendeu risadas e também muito aprendizado.

42 anos de Polícia

Antônio tem 62 anos e está em Herval há cerca de quatro meses. Entrou na Polícia Civil aos 19 anos e já está há 42 na instituição. É formado em Direito pela Universidade de Caxias do Sul e ingressou através da Delegacia de Ronda e Vigilância de Porto Alegre em 1979, como inspetor; teve passagem pela DP de Furtos e Roubos de Veículos e de Capturas da Capital; atuou em Bento Gonçalves, Garibaldi, Sapucaia do Sul, Canoas, Capela de Santana e, antes de vir para Santa Maria do Herval trabalhou na Delegacia da Mulher de São Leopoldo.

Cidade preocupada com a segurança

O comissário diz que ainda é cedo para falar sobre o Herval, mas destaca que desde a sua vinda notou a importância que a comunidade dá para a disciplina e organização. “A gente percebe que a cidade tem uma preocupação com a segurança, com a Prefeitura e Consepro ajudando”. Informou que, inclusive, uma empresa está ajudando a montar uma cozinha na Delegacia.

Orientação e apoio

De acordo com a secretária de Educação, Juliana Dilkin, o Papo de Responsa foi uma iniciativa para orientar famílias e adolescentes, de situação que muitas vezes desconhecem ou não conseguem identificar. “Na realidade em que vivemos os jovens estão a cada dia mais expostos à situações consideradas de risco; precisam da orientação e apoio, o que veio através deste Papo”.

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