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Polícia Civil segue fechando o cerco ao tráfico de drogas em Dois Irmãos
Por Cleiton Zimer
Dois Irmãos – Na manhã de sexta-feira, 1°, a Polícia Civil de Dois Irmãos coordenada pelo Delegado Felipe Borba desencadeou a sétima fase da Operação Pseudonym, cumprindo seis mandados de busca e apreensão no combate ao tráfico de drogas no município.
Dois deles foram no presídio de Montenegro, em duas celas, onde está recolhido um dos homens apontado como sendo o líder do tráfico em Dois Irmãos, e o seu braço direito no esquema; outro foi cumprido em Dois Irmãos e três em Novo Hamburgo.
Nenhuma droga foi localizada. Entretanto a polícia apreendeu celulares, anotações e outros itens que serão objetos de investigação na tentativa de fechar, cada vez mais, o cerco ao tráfico na cidade.
Desmembrando a organização criminosa
Polícia Civil contou com o apoio da SUSEPE no presídio de Montenegro (FOTO: Divulgação PC)
Na cela do alvo principal, considerado o líder do tráfico no município, de 32 anos, foi encontrado e apreendido um celular; já na outra, de um indivíduo com 29 anos que é apontado como o braço direito do chefe, foram encontrados três celulares e um caderno com anotações que indicam controle financeiro. De acordo com Borba, a polícia vai analisar o conteúdo para ver se está vinculado ao tráfico em Dois Irmãos, ou, ao comércio interno de drogas – o que também é uma suspeita.
Em Dois Irmãos a operação teve como objetivo um ponto de tráfico no bairro São Miguel, em uma casa anexa a um estabelecimento comercial que já tinha sido alvo de um mandado de busca anterior. No local foram apreendidos celulares na posse de moradores, que já haviam sido identificados com algum tipo de envolvimento ou vínculo com o tráfico de drogas que acontecia naquele local.
Em Novo Hamburgo a operação teve como alvo três residências no bairro Santo Afonso, de indivíduos apontados como suspeitos de atuarem no tráfico em Dois Irmãos, na venda de maconha e cocaína. A polícia apreendeu um carregador rápido para revólver Jet Loader, coldre de perna e celulares.
Pseudonym visa identificar cada vez mais envolvidos
Delegado Felipe Borba (FOTO: Cleiton Zimer)
A Pseudonym iniciou em meados de 2019, cujas investigações não tem previsão de encerrar. É considerada uma das maiores operações da Delegacia de Dois Irmãos, que visa combater o tráfico de drogas e que já evidenciou todo um esquema hierárquico do crime na cidade.
A sétima fase é resultado da anterior, desencadeada em janeiro deste ano, através da qual a polícia ampliou o número de pessoas suspeitas. “Nossa intenção é avaliar o material apreendido e identificar exatamente o papel de cada um desses alvos nesta associação criminosa, dentro da sua hierarquia”, explicou o delegado Borba, pontuando que com essas informações as investigações seguirão, para identificar cada vez mais pessoas envolvidas na traficância em Dois Irmãos.
A operação da semana passada contou com o apoio de mais de 30 policiais da região; integraram a ofensiva agentes da 1ª, 2ª e 3ª Delegacia de Novo Hamburgo, Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo, delegacias de Nova Hartz, Campo Bom, Estância Velha e Equipe Tática de agentes da Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE).
O tráfico sendo comandado de dentro da prisão
Integrante de uma organização criminosa com forte atuação no Vale dos Sinos, o homem recolhido na Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro é considerado um dos cabeças do esquema de traficância em Dois Irmãos. “Pelos elementos que temos das investigações, não há dúvida de que ele é o responsável por coordenar o tráfico de drogas na cidade”, afirmou Borba.
Ele está preso desde 2016 pelo latrocínio de um policial militar que ocorreu em Dois Irmãos – crime que o levou a subir na hierarquia da facção. De acordo com a polícia ele é responsável por esquematizar e organizar o tráfico de drogas, crime pelo qual ainda não foi condenado, mas indiciado por diversas vezes.
Cabeça-chave nas investigações
O chefe do tráfico é considerado cabeça-chave nas investigações desde a primeira fase da operação, que prendeu quatro indivíduos que vendiam drogas no bairro São João. Nesta fase, deflagrada em julho de 2019, a polícia cumpriu dois mandados de busca e as investigações resultaram em sete pessoas indiciadas. Um traficante menor, chamado de “funcionário”, foi preso em uma boca, além do responsável por ela e sua esposa, em uma casa no Travessão.
Outro funcionário da boca foi preso em outra fase da operação, depois de ficar algum tempo foragido. Desde o início das investigações a polícia já encontrava indícios de que o responsável por chefiar o tráfico de drogas em Dois Irmãos comandava de dentro do presídio.
Investigações apontaram para o detento
Entre a segunda e a quinta fase da operação, a polícia realizou mais seis prisões, sendo uma do foragido da fase inicial, além de oito mandados de busca e apreensão. O número de indiciados foi de seis na 2ª fase e oito na 5ª fase. A operação foi deflagrada também no bairro Vale Verde, além do São João.
As investigações nesse período serviram para apontar que o preso em Montenegro comandava o tráfico de drogas em toda Dois Irmãos. Foram presos o responsável pela venda de entorpecentes no bairro Vale Verde, um casal de motoristas de aplicativos que também traficavam, além de um segundo responsável pelas bocas do bairro São João e seu funcionário.
Em desdobramentos da operação, a polícia também descobriu um dos fornecedores de droga para este bairro, que morava no Kephas.
Ao longo das fases da operação, a polícia apreendeu diversos entorpecentes como cocaína, maconha, crack, sintéticos, além de armas, balanças de precisão, valores em dinheiro e veículos.