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Preço do arroz quase triplicou nos últimos meses

14/09/2020 - 15h58min

Itens que formam a dieta básica no país estão custando quase o triplo (Cred. Jéssica Ramos)

Ivoti—Considerada uma das combinações preferidas dos brasileiros, formando a base da dieta do país por décadas a fio, o feijão e o arroz passaram a ser símbolo de ostentação nos últimos meses para os consumidores de Ivoti e região.

Isso porque um pacote de arroz de cinco quilos, por exemplo, que custava, em média, R$15,00, neste mês passou a ser comercializado na média de R$27,00. O mesmo movimento de alta atingiu alimentos como o feijão, o óleo de soja, carne e farinha de trigo.

Conforme o diretor da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Pedro Schneider, o aumento nos preços foi influenciado por inúmeros fatores, isolados ou combinados, como a questão da entressafra, e o aumento do consumo, também influenciado pela pandemia. Ele lembra que muitas pessoas estocaram alimentos em casa quando as autoridades sanitárias anunciaram as medidas de isolamento, o que representou uma maior demanda a ser atendida, e de maneira repentina.

Contudo, de acordo com Schneider, um dos principais fatores responsáveis pelo aumento nos preços foi a exportação. Especialistas nacionais calculam que, de janeiro a agosto de 2020, o Brasil expandiu as vendas para o mercado internacional em 73,6%, considerando o mesmo período do ano passado.

Schneider destaca que o cenário impacta profundamente sobre o mercado interno, também influenciado pela alta no dólar. Além disso, o diretor da Agas comenta que os brasileiros têm por cultura responder à alta dos preços comprando ainda mais, não costumam readaptar o cardápio e pressionar o setor industrial.

Estratégias do consumidor

Na casa do seu Edemar Schalb, de 57 anos, as despesas dobraram nos últimos meses. Segundo ele, o aumento de preços foi sentido principalmente sobre o arroz, o feijão, a carne e a farinha. Apesar disso, ele conta que a família não deixou de comer esses alimentos, mas passou a variar o cardápio, diminuindo o consumo de arroz, por exemplo, e inserindo a batata e o aipim na dieta. Gastos com lazer também foram reduzidos a quase nada, para garantir as necessidades básicas da família.

O professor Vando Bock, de 33 anos, também diz que ele e a esposa notaram uma diferença nas despesas com a alimentação nos últimos meses. Na casa deles, a estratégia foi, além de pesquisar mais os preços, comparar e trocar marcas, diminuir o consumo de maneira drástica.

Segundo ele, as frituras saíram do cardápio e o arroz passou a ser preparado apenas com água. Assim, o consumo do óleo de soja, que é um dos alimentos que aumentaram de valor, foi quase eliminado. “Conciliamos uma estratégia de economia, com uma dieta mais saudável”, confidenciou o ivotiense.

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