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Prefeitos da região se manifestam sobre fechamento do comércio
Região – A nova decisão de Eduardo Leite pegou de surpresa os prefeitos da região. Em Ivoti, Dois Irmãos e Estância Velha as Prefeituras já haviam emitido novos decretos prevendo a abertura parcial do comércio para esta sexta-feira, 3. Em Nova Petrópolis, o prefeito Lelo chegou a anunciar o retorno para o dia 6, segunda-feira, após encontro com representantes municipais.
A decisão dos gestores municipais, em parte, foi motivada pelo apelo de uma parcela das comunidades que foram às ruas, em forma de carreatas e passeatas, pedindo para que a situação dos estabelecimentos fosse revista. Os movimentos ganharam força após o pronunciamento em rede nacional do presidente Jair Bolsonaro, ocorrido no último dia 24, quando pediu à nação para retomar a sua normalidade, quanto os segmentos da indústria e comércio, e o fim do confinamento em massa.
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O governador do Estado, no entanto, já havia alertado os municípios através de suas transmissões pelas redes sociais do governo, que os prefeitos deveriam seguir as orientações estaduais. Na última sexta-feira, 27, Leite chegou a anunciar um novo decreto flexibilizando a abertura de templos, lotéricas e agências bancárias, mas manteve as restrições no comércio. “Muitos prefeitos foram além e estabeleceram proibições. Orientamos pela revogação dos seus decretos, mantenham-se o estadual. Não pode deixar de fazer o que o governo do estado exige”, afirmou o governador na oportunidade do anúncio.
O que os prefeitos pensam da decisão
“Como foi dito pelo próprio governador, que o gestor que não cumprir o decreto estadual será punido conforme previsto em lei, nós obedeceremos. Na minha visão o Estado demorou muito para tomar uma posição neste quesito. Para nós é triste trabalharmos ao longo de sete anos para movimentar a economia local, criando eventos e fortalecendo o comércio, esperando que as pessoas visitem a cidade por ser um local turístico, e termos que amargar com esta situação. Não há como mensurar as perdas disso. Você sai de casa de manhã e volta à noite e vê ruas vazias. É desolador”
“Não tem muito o que ser feito. Temos que seguir determinação do Estado. É uma situação delicada, porque de um lado as pessoas precisam trabalhar, e de outro, a necessidade do isolamento. É muito difícil para mim, quanto gestor municipal, dizer ao empresário como ele deve proceder. Creio que é o momento de cada um fazer a sua parte, de renegociar aluguéis, se conversar com funcionários e buscar minimizar impactos, buscando equilíbrio financeiro. Nós também somos afetados. É inevitável que esta situação vá impactar na receita da Prefeitura e recolhimento de impostos”.
“Estávamos nos preparando para flexibilizar a abertura do nosso comércio, retomarmos gradativamente nossa economia, quando fomos pegos de surpresa pela manifestação do governador. Ainda estamos estudando o novo decreto estadual, especialmente sobre o enquadramento dos serviços essenciais. Vivemos uma crise inimaginável, combatendo em uma guerra contra o inimigo que não podemos ver. O que é visível é o impacto econômico gerado, especialmente pelos desempregos que vem causando. Temos que buscar o equilíbrio entre a parte econômica e a médica, pois a vida vem em primeiro lugar”.
“Antes mesmo de sentar com a equipe jurídica para tratar da decisão do Estado, informo que iremos acatar a decisão governador. A abertura do comércio, que agora foi proibida, era o diferencial do nosso decreto, assinado na última quinta-feira. Vamos reestruturar então as nossas medidas. Estamos trabalhando com duas preocupações nas últimas semanas: em salvar vidas e com o desenvolvimento econômico. Entretanto, adianto que essa nova decisão do governo estadual poderá trazer impactos importantes à economia local. Alguns empresários já estão sinalizando que irão ocorrer demissões”