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Primeira equipe de Motovelocidade de Nova Petrópolis estreia em competições

17/09/2020 - 16h49min

Alessandro Perinazzo e Cristian Dahn durante treino em Guaporé (Créd.: André Chacal)

Nova Petrópolis – Surgida em 2020, a FPR (Falcon Power Racing), é a primeira equipe de motovelocidade do município e em breve fará sua estreia em competições oficiais. A FPR é composta por Alessandro Perinazzo, de Nova Petrópolis, Cristian Dahn, de Dois Irmãos, Sergio Correa, de Novo Hamburgo e Jean Terhorst, de Vale Real, além do mecânico e preparador das motos, Ângelo Dienstmann, que tem sua oficina no bairro Pousada da Neve. O Sul Brasileiro e a Copa Gaúcha serão as competições iniciais.

A ideia de montar uma equipe começou a partir de uma quase desistência do esporte. Perinazzo pretendia vender a sua moto, mas foi convencido por Dienstmann a investir na atividade e, juntos, mudarem a mentalidade de quem anda sobre duas rodas. Assim, deram início à FPR como uma maneira de profissionalizar e se fazer presente no cenário do motociclismo. Mas, além de correr, a equipe tem o pensamento de educar e conscientizar os motociclistas quanto aos perigos no trânsito.

Perinazzo e Dahn com integrantes da escola de motovelocidade Rad Racing (Créd.: Divulgação)

A BR-116, principal rodovia de acesso aos municípios dos pilotos, tem vasto histórico de acidentes com motociclistas, muitas vezes ocasionado pelas altas velocidades e inexperiência dos pilotos em motos de grandes cilindradas. Perinazzo conta que a diferença entre uma moto de passeio e uma de velocidade é muito grande, e a falta de conhecimento sobre as motos rápidas gera os acidentes. “A pessoa que não vem de família rica, geralmente só adquire condições financeiras para uma moto destas, depois dos 30 anos. E é comum que nessa idade já se tenha filhos. Aí, em um acidente, um filho fica sem um pai”, contou Perinazzo.

Este é justamente o cenário que os pilotos querem mudar. Fazer quem está iniciando na motovelocidade entender que as estradas e rodovias servem para passeio e a pista, com todo o suporte técnico e equipamentos, para correr. Com a profissionalização, os pilotos podem extravasar nas pistas, e, em casos de imprevistos nas ruas, saberão fazer a manobra necessária para minimizar as chances de acidentes.

Competições

No dia 26 de setembro começa a primeira das quatro etapas do Sul Brasileiro de Motovelocidade 2020. As duas primeiras ocorrerão em Guaporé, sendo a segunda no dia 1º de Novembro. A terceira, ainda não tem data e local confirmado, mas também será em novembro. E a última, em Tarumã, no dia 12 de dezembro.

Para esta competição, a FPR irá com três pilotos, um em cada categoria. Na GP 250 cc, correrá Cristian Dahn, na GP 300, Alessandro Perinazzo, e na Supersport, Sérgio Correa. Os pilotos afirmam que esperam, no mínimo, o pódio em cada uma das categorias, mas o objetivo principal é o título.

Já o Campeonato Gaúcho, por conta da pandemia, foi reduzido e virou a Copa Gaúcha. Nesta competição, que começa no dia 11 de outubro em Guaporé, correrão Perinazzo na GP 300 e Jean Terhorst na GP 400. As duas competições serão realizadas com portões fechados para o público.

Mulheres na equipe

A equipe atual é composta por quatro pilotos, mas a ideia é expandir para oito membros no ano que vem, inclusive, com a presença de mulheres. Perinazzo e Dienstmann contam que a procura feminina pelo esporte é pequena, mas que elas são bem-vindas e podem disputar as mesmas competições que os homens, já que os campeonatos são unisex. Uma prova disso é a espanhola Ana Carrasco, que foi campeã mundial da WorldSSP300 em 2018. Na ocasião, ela disputou contra outros 69 competidores e a grande maioria era de homens.

Para os próximos anos, a FPR espera continuar crescendo e se destacando no cenário. Porém, o caminho não é fácil devido aos custos altíssimos. Um jogo de pneus, por exemplo, custa em torno de R$ 1.500,00 e é usado em apenas uma corrida. Para as competições fora do estado, ainda é difícil participar, pois é necessário gastar com hospedagens, transportadora para levar as motos, passagens áreas, entre outros. A equipe já conta com sete patrocinadores que auxiliam nos gastos. E além de divulgar os parceiros, a FPR quer também levar o nome de Nova Petrópolis para as competições.

Box da equipe (Créd.: Divulgação)

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