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Destaques

Quem é o outro estanciense indicado por envolvimento no esquema da InDeal

10/07/2019 - 17h40min

Atualizada em 12/07/2019 - 09h18min

RegiãoO relatório final da investigação da Polícia Federal em torno da InDeal, empresa hamburguense que dizia operar no mercado de criptomoedas, coloca mais um morador de Estância Velha por trás do esquema que provocou prejuízos financeiros há milhares de pessoas no Brasil interior. Além do sócio da InDeal, Francisco Daniel Lima de Freitas, que foi preso em um condomínio de luxo em Estância Velha, a Polícia Federal indiciou o microempresário estanciense Marcos Antônio Junges.

Conforme a polícia, Junges era um dos responsáveis pela captação de clientes para a InDeal. Ele foi indiciado por organização criminosa, operar instituição financeira irregular, oferecer e/ou negociar valor mobiliário sem a autorização das autoridades competentes, crime contra as relações de consumo e lavagem de dinheiro. Ainda segundo a polícia Junges já esteve envolvido em outros esquemas conhecidos como pirâmide financeira.

Ainda foram indiciados advogados, um bancário, o contador da empresa, agenciadores e difusores do “produto” Brasil afora. O Diário tentou contato com o Junges, mas ele não atendeu a ligação e não retornou a mensagem deixada em sua caixa de mensagem.

23 MIL NO PREJUÍZO
Um relatório da Receita Federal, do dia 17 de junho, indica que a InDeal causou prejuízo a 23,2 mil clientes em todo o Brasil. A estimativa é de que a empresa deve R$ 1,1 bilhão aos investidores. “Comprovado que não houve lucro, e sim um prejuízo descomunal”, narraram os auditores-fiscais no relatório.

A Receita conseguiu calcular o tamanho do prejuízo a partir da autorização da Justiça Federal de abrir o banco de dados da InDeal e de e-mails trocados entre os envolvidos no esquema. “O valor devido aos clientes/investidores é de, no mínimo, R$ 1.194.872.954,30, atualizados, nos termos dos contratos firmados, a valores de maio de 2019”, diz o relatório. As informações são de GaúchaZH, que obteve acesso ao documento, com exclusividade.

O relatório indica, contudo, que a empresa conseguiu restituir o dinheiro aplicado por parte dos clientes antes da deflagração da operação que resultou na prisão dos sócios e no bloqueio de bens e de valores das contas bancárias da empresa. Quando a operação Egypto foi deflagrada, no final de maio, a Polícia Federal e a Receita Federal informaram que a InDeal havia captado dinheiro de aproximadamente 55 mil pessoas, com a promessa de pagar 15% de juros ao mês. Em média, 80% dos clientes da InDeal investiu R$ 20 mil.

Dinheiro de investidores saia da conta
da InDeal para a conta dos sócios

Ainda com base no banco de dados, a Polícia Federal pode concluir que boa parte do dinheiro dos clientes, que eram depositados nas contas da InDeal, acabavam sendo redirecionados às contas particulares dos sócios da empresa: Regis Lippert Fernandes, 48 anos, Tassia Fernanda da Paz, 33 anos, Francisco Daniel Lima de Freitas, 45 anos, Ângelo Ventura da Silva, 38 anos e Marcos Antônio Fagundes, 45 anos.

As esposas de Lippert, Freitas e Silva também participavam do esquema e recebiam valores que saiam das contas da empresa. “Não resta dúvida de que o valor que deveria ser direcionado para a empresa abasteceu as contas particulares dos sócios/esposas”, afirmam os auditores, no relatório analisado por GaúchaZH. No mesmo documento, os auditores da Receita chamam a atenção para o fato de os sócios receberem altos valores em suas contas, enquanto que a empresa apresentava prejuízo.

Conforme os auditores, cada um dos cinco sócios da InDeal receberam, em 2018, R$ 12 milhões a título de distribuição de lucros. “Isto importa em dizer que o lucro da empresa teria sido de, no mínimo, de R$ 60 milhões. Analisando a contabilidade da empresa relativa aos trimestres do ano-calendário de 2018, verificamos que a InDeal não teve lucro, mas enorme prejuízo. Assim, incabível a distribuição de lucros”, escreveram os auditores no relatório entregue à Polícia Federal.

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