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Relação homem e cavalo muda na pandemia

22/04/2021 - 09h51min

Atualizada em 22/04/2021 - 09h53min

*por Fábio Radke 

Dois Irmãos/Morro Reuter – Com as medidas de restrição e de isolamento em vigor devido a pandemia de Covid-19, os proprietários de cavalos também convivem com mudanças na relação entre o homem e animal. Hoje, os equinos estão mais soltos em potreiros e piquetes de confinamento do que realmente em ação com seus donos. Com o cancelamento de provas de tiro de laço, rodeios, hipismo, cavalgadas e outros eventos do gênero, os animais criados para tais finalidades quase não treinam mais com seus donos.

Um local que recebe e cuida de cavalos há 15 anos, é a hotelaria e cabana FHF. De responsabilidade do ferrador profissional Fabiano Boufleur, de 47 anos, o espaço localizado no Vale Direito, em Dois Irmãos, no limite com Morro Reuter, atualmente, conta com 20 cavalos nos alojamentos do galpão. O especialista reconhece que a manutenção de um cavalo também está se tornando mais cara nesse período. “O cavalo é que nem um carro, que também exige manutenção, e os gastos podem variar de 500 a 600 reais ao mês. Hoje isso está se tornando um custo bem alto e ainda sem a possibilidade de poder usufruir devido os cancelamentos”, destaca Fabiano. Ele afirma que muitas pessoas venderam seus cavalos durante a pandemia.

Fabiano ao lado de um dos cavalos aos seus cuidadosOs rodeios e provas de tiro de laço de toda região costumam distribuir prêmios em dinheiros aos vencedores. As cavalgadas, embora tenham um distanciamento entre um cavaleiro e outro, também não estão permitidas nesse momento. “Um cavalo aqui na hospedagem recebe trato pela manhã, meio-dia e de noite. O saco de ração também aumentou de R$ 80 para R$ 100,00. E quanto ao casqueamento e ferrageamento é interessante fazer a cada 40 dias. O casco do animal cresce um centímetro por mês”, explica. Ainda na mesma propriedade está instalado o piquete Morada Gaudéria, que desde o início da pandemia, está de portas fechadas. Com aproximadamente 30 sócios, os tradicionalistas participavam de competições na região e até organizavam um tradicional rodeio na cancha de laço do CTG Estância Cotiporã, em Ivoti. Somente no ano de 2019 foram mais de R$ 12 mil em prêmios.

Piquete Morada Gaudéria está localizado no Vale Direito

Canchas fechadas

Quem também sente os reflexos da pandemia são os locais destinados para as práticas do tiro de laço. Em Morro Reuter, a Cancha de Laço do Paulo, é um dos pontos que não recebem mais as tradicionais movimentações de cavalos e bois. Situado no bairro Planalto, a pouco mais de um quilômetro do centro, o conhecido local de treinos está fechado. “Não podemos fazer nada. Mesmo que seja um lugar retirado, estou respeitando e não voltei. Tinha alguns sábados de tarde que reunia mais 30 pessoas para treinar. E também já deu uns torneios lá”, comenta o proprietário da cancha, José Paulo Deimling, de 64 anos. Segundo ele, eram movimentados, em média, de 15 a 20 bois para os treinos na propriedade. Paulo afirma que a cancha já existe há 12 anos.

Cancha do Paulo no Morro

Eventos tradicionais costumam ser repletos de emoção

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