Destaques
Retorno às aulas divide opiniões na região
Região – Em encontro realizado entre representantes do Governo do Estado, Famurs, Ministério Público e Tribunal de Contas na manhã de ontem, foi apresentado o calendário prevendo um possível retorno às aulas, iniciando pela faixa da Educação Infantil.
A proposta gerou reações contrárias, e durante a tarde, as associações dos municípios decidiram por postergar a decisão para outubro, com forte possibilidade da modalidade presencial ser prorrogada para 2021.
Pela decisão do Estado, foi retirada a proibição de funcionamento das unidades de ensino, cabendo a decisão de retorno aos municípios, escolas e aos pais respectivamente.
As etapas começariam pela Educação Infantil em 8 de setembro, passando pelo Ensino Médio e Ensino Superior, em 21 de setembro, e o Ensino Fundamental, entre 28 de outubro (anos finais) e 12 de novembro (anos iniciais). O calendário valeria apenas para as regiões que estivessem em bandeira amarela e laranja há, pelo menos, duas semanas.
Exposição desnecessária
Uma das representantes da região, a prefeita de Dois Irmãos e presidente da Amvars, Tânia Terezinha da Silva, considera que ainda não há embasamento técnico que possibilite o retorno. Na sua concepção, os casos de coronavírus pelo Estado estão estabilizados, porém, os números ainda não apresentam queda.
“A previsão de retorno seria de 3 horas por dia apenas na Educação Infantil. Colocando na balança, nada justifica esse risco”, apontou. A decisão foi unânime entre os prefeitos, que devem retomar o assunto somente em meados de outubro.
A presidente não descarta por completo a possibilidade de avaliar a situação dos estudantes dos últimos anos do Ensino Fundamental, por considerar que as medidas de segurança seriam mais viáveis. “Estudos apontam que crianças pequenas transmitem sim a Covid e possuem carga viral maior que a do adulto, o que pode resultar em um novo pico na pandemia regional, caso o retorno às aulas seja autorizado neste momento”.
Demais associações
A Amvarc, a qual fazem parte São José do Hortêncio e Linha Nova, ainda não emitiu uma decisão oficial, no entanto, já externou que está inclinada a não retornar com as aulas também, em especial para os anos iniciais.
A associação conclui que não há possibilidade de estabelecer protocolos sanitários para as crianças mais novas, fator que também traria sérias dificuldades para professores.
A Amserra, que contempla os municípios de Nova Petrópolis e Picada Café, também foi procurada, mas optou em não se manifestar neste momento.
Priorizar a saúde
A estanciense Vanessa Cristiane da Silva, 35 anos, tem uma pequena empresa em casa, o que facilita ficar com o filho Matheus de 4 anos. Desde março, início da pandemia e paralisação das aulas, Vanessa tenta suprir a carência dos amigos e dos trabalhinhos da escola junto ao pequeno, que é aluno da Escola Estância das Crianças.
O contato virtual da professora e dos coleguinhas ameniza a saudade. Esta semana, a mãe participou de uma pesquisa virtual, da Secretaria de Educação, e respondeu que, mesmo retornando as aulas presenciais, não enviará Matheus para a escola.
“Ainda é muito cedo. As crianças podem contrair o vírus e transmitir para os familiares. Acho que deviam esperar mais um pouco”. Vanessa diz entender a necessidade de outros pais, mas no seu caso a decisão está tomada. Mesmo sabendo que pode atrapalhar a alfabetização do filho, a mãe prefere priorizar a saúde da família.
Repercussão nas redes
Os internautas que acompanham as páginas do Diário na rede opinaram sobre o tema, demonstrando que não há unanimidade sobre a decisão do Estado e das associações dos municípios. Confira alguns posicionamentos de moradores da região: