Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – A sexta-feira do dia 13 de setembro de 2019 ficará para sempre marcada na memória e na vida de Sidnei Meyrer, 43 anos. O caminhão que ele conduzia colidiu na traseira de uma carreta na BR-386, no Vale do Taquari, em Lajeado, logo ao raiar do dia. Ele e o caroneiro ficaram gravemente feridos.

Sidnei teve fraturas expostas na tíbia e fíbula da perna direita, além de rompimento do tecido. Passou por cinco cirurgias mas restou com sequelas que afetaram a sensibilidade da perna, além de inchaços diários.

Por dois anos ele permaneceu como segurado, porém, em agosto deste ano foi considerado apto para o trabalho pelo INSS, mesmo tendo exames indicando que não pode permanecer em pé ou sentado por períodos prolongados.

Mesmo assim ele tentou voltar ao trabalho, porém, não conseguiu. Conta que a condição da sua perna não o permitiu exercer suas atividades.

Mas como a vida não para e as despesas surgem, teve que, de alguma forma, encontrar um meio de sustento fazendo aquilo que a sua condição física permite: a arte em madeira através da marchetaria.

Faz as atividades nos fundos da casa, em um galpão, intercalando o tempo de trabalho com repouso constante. “Vou ali em baixo, trabalho uma ou duas horas; quando percebo que a perna fica dormente venho e sento no sofá por uma hora e depois volto a trabalhar de novo”, conta.

Um passatempo que virou refúgio

Sidnei já fazia trabalhos em madeira antes, como um hobby. Entretanto, após o acidente ficou meses em recuperação e, com o passar dos dias, o que era apenas um passatempo passou a ser uma terapia e, agora, possivelmente, será o seu trabalho, sua fonte de renda. “Essa minha atividade praticamente caiu como luva, porque aqui faço meu horário”.

Exclusividade em cada peça

Já faz um ano que dedica seu tempo à produção artesanal, fazendo várias peças desde tábuas de corte, gamelas, mesinhas, baús e outros itens. Há alguns meses expõe seu trabalho na Feira do Produtor de Herval, todos os sábados de manhã. Também vende através de anúncios nas redes sociais, além de pessoas que o procuram em busca da exclusividade de itens rústicos.

Não se trata de uma cadeia de produção padrão. Cada peça é única e trabalhada em particular que, entre o processo de corte, colagem e cura, dura entre uma a duas semanas. “Por mais que eu tente fazer uma idêntica, nunca vou conseguir. Cada peça é única. As características da madeira são únicas”. A resistência do que produz também é destacada por Sidnei.

Seu trabalho é orientado sob muita pesquisa em cada item no qual trabalha. Alguns o procuram, inclusive, para resgar peças antigas, ou produzir algo que viram em determinado lugar, inclusive, objetos usados em outros países.

Para conhecer o trabalho de Sidnei

Sidnei mora na localidade de Padre Eterno Ilges, no interior de Santa Maria do Herval. Quem quiser conhecer mais do trabalho dele pode buscar por referências através das redes sociais, ou contatá-lo pelo 051 99646-6410.