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Sargento Ribas: uma vida dedicada a proteger e cuidar em Dois Irmãos
Por Cleiton Zimer
Dois Irmãos – Salvador Daniel Ribas, 55 anos, nasceu e cresceu em Carazinho. Desde cedo, ainda garoto, já sabia o que queria ser da vida: policial. E não foi diferente. Se dedicou e, hoje é o Sargento Ribas, que já atua em Dois Irmãos desde 2009.
Aos 14 anos assinou a carteira de trabalho e começou como office boy em uma empresa de ferragens que também vendia armas. Dentre as várias coisas que fazia no seu dia a dia, uma das suas atribuições era levar as documentações dos armamentos até à Delegacia da cidade e, lá, o desejo de servir à comunidade foi sendo fortificado. “Eu via os brigadianos vindo com os presos e gostava de ver o trabalho sendo prestado em prol da segurança pública”. Seu irmão mais velho também foi da Brigada Militar entre 1979 a 1983 e, vendo o trabalho com seus próprios olhos lá na Delegacia, decidiu que queria ser policial.
Mas todo sonho precisa de dedicação e tempo para ser realizado. Continuou naquela empresa até seus 18 anos e, depois, entrou para o 17° Batalhão de Infantaria de Cruz Alta, no qual serviu por um ano. Após isso retornou para a sua cidade e trabalhou em um posto de combustíveis e em uma fábrica de implementos agrícolas.
Em dezembro de 1990, quando tinha 23 anos, incluiu na Brigada Militar através de seleção em Passo Fundo. Em fevereiro de 1991 iniciou o curso em Carazinho, se formando em setembro daquele ano. O sonho de ser policial acabara de se realizar; começou atuando como soldado da BM trabalhando durante 11 anos em sua terra natal.
Depois disso, em 2001, foi trabalhar em Igrejinha onde ficou por oito anos. Em julho de 2009 veio para Dois Irmãos atuando durante dois meses e, após, foi cedido para a Força Tarefa do Presídio Central de Porto Alegre, onde permaneceu por três anos. “Foi um período de muitos desafios, mas que trouxe experiências muito positivas”.
Em 2012 voltou para Dois Irmãos e em 2015 foi promovido à 3° Sargento. Ribas poderia ter se aposentados aos 46 anos, mas, por amor à profissão nem sequer cogita em parar. “Eu tomei a decisão certa na minha vida. Continuo trabalhando por opção, porque gosto do que faço e ficarei até quando puder”. Hoje, Ribas está estudando para o curso de 2° Sargento.
“São pessoas muito trabalhadoras e educadas, que fazem da cidade um lugar bom”
Ribas exalta a cidade de Dois Irmãos através do exemplo dos seus moradores. “São pessoas muito trabalhadoras e educadas, que fazem da cidade um lugar bom. Ninguém joga papel no chão e, quando encontram um, param, ajuntam e jogam na lixeira”.
O Sargento fala das escolas de qualidade, creches em cada bairro, oportunidades de emprego. “Dois Irmãos, para mim, é um dos melhores lugares para viver. Aqui é uma cidade para criar um filho”.
Ribas destaca a participação da comunidade na segurança pública, desde ações de apoio, bem como o alcance de informações que permitem o constante combate à criminalidade. “Quando as pessoas veem uma anormalidade nos ligam, isso é importantíssimo”. Ressalta, ainda, a integração junto à Polícia Civil. “Nós trabalhamos juntos”.
O Sargento pontua que as pessoas respeitam e gostam da polícia em Dois Irmãos. “Tem lugares onde as crianças têm medo da polícia, aqui não, a gente passa e elas nos cumprimentam; paramos e conversamos com elas. Isso é um grande diferencial”.
“Nossa mãe é uma guerreira”
Ribas durante sua formatura de soldado com sua mãe Dirla (FOTO: arquivo pessoal)
Ribas lembra da infância de luta. Seu pai faleceu quando tinha apenas 11 anos; sua mãe, dona Dirla de Castro Ribas – que hoje tem 80 anos e permanece morando em Carazinho -, teve que criar os seis filhos sozinha. “Minha mãe se aposentou trabalhando na limpeza da mesma empresa onde eu também trabalhei, ficou lá 30 anos. Aos finais de semana ela arrumava serviço em outros lugares para nos sustentar”.
Ribas é o terceiro mais velho da família e sempre ajudou em casa, assim como os outros irmãos. Antes de começar a trabalhar, também cuidava dos irmãos menores enquanto a mãe trabalhava. “Nossa mãe é uma guerreira”, fala, emocionado.
Sempre que pode, nas suas folgas, vai visitar dona Dirla que ainda mora na mesa casa onde todos se criaram.