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Sem aula presencial, crianças precisam se adaptar à nova realidade em Santa Maria do Herval

25/06/2020 - 09h58min

Atualizada em 25/06/2020 - 10h22min

Além de estudar, Melissa e Victor passam o dia brincando um com o outro (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Acostumados com o dia a dia nas escolas, as crianças precisam se reinventar junto às famílias diante da pandemia para, além de se adaptar as novas formas de estudar, encontrar maneiras de se entreter, brincar e se divertir sem a companhia dos amigos.

Na localidade de Boa Vista do Herval, os irmãos Melissa e Victor Martin Land, de 6 e 12 anos respectivamente, estão em casa. Porém os dois estudam em escolas distintas e, para cada uma, a tratativa também é diferente.

Se reinventando nas brincadeiras

Além de estudar, as crianças precisam brincar e os irmãos Melissa e Victor têm a sorte de ter um ao outro para passar os dias (privilégio esse, que alguns não têm). Eles brincam com os cachorros, gatos, se pintam , fazem desenhos, brincam de guerra, de casinha… mas contam que sentem falta da escola, das amizades, das aulas, dos professores e, até mesmo, da comida.

“É muito legal ficar em casa, estou aprendendo bastante. Logo vou saber ler”, conta a pequena Melissa.

“É legal, mas sinto bastante falta dos amigos, da comida, do futebol”, completa Victor.

A mãe Valmíria está em casa e cuida dos filhos, além de pegar as atividades semanalmente na escola da filha (FOTO: Cleiton Zimer)

Melissa estuda na escola Castelo Branco, que é municipal. “Toda segunda-feira vou lá para pegar as atividades. Depois que ela faz mandamos as fotos pelo WhatsApp e os professores corrigem, falam se está certo, errado, ou se precisa fazer de novo”, disse a mãe Valmíria Martins, 29 anos. Ela conta que, além disso, toda sexta-feira precisam fazer uma atividade de educação física. “Mandamos os vídeos para os professores”, explica.

Já Victor estuda na Alberto Schweitzer, que é estadual. “Para ele é complicado, agora baixaram aquele aplicativo e daí não estou conseguindo entrar. Dizem-nos que é muita gente e é para esperar, ir tentando”, conta a mãe, se referindo ao Google Classroom, que deverá ser usado pelas escolas da rede estadual a partir da semana que vem.

Começaria a trabalhar

Valmíria e o esposo Marcos Land, 49 anos, moram na localidade há quatro anos, mas já residem no município há 13. Ele trabalha na Serra e vem para casa somente aos finais de semana. Já ela trabalha em casa, pois a filha tem um problema no quadril e, portanto, precisa de acompanhamento.

Mesmo assim, no início do ano, Valmíria chegou a fazer ficha para começar a trabalhar e Melissa iria para o projeto de turno contrário da escola, porém, com a pandemia, não deu certo. “Mesmo assim, se agora estivesse trabalhando, não sei como seria. Eu não teria onde deixar as crianças e nem como pegar as atividades na escola”, destacou.

Outro impacto é que com as crianças em casa o dia inteiro algumas despesas aumentam, como por exemplo, na alimentação. A mãe conta que ganhou um “sacolão” de comida da escola estadual, porém, da municipal não recebeu.

 

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