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Transporte coletivo da região busca alternativas para evitar colapso

08/05/2020 - 14h47min

Atualizada em 08/05/2020 - 14h53min

Ônibus da Socaltur, em Ivoti (Créditos: Arquivo O Diário)

Região – Um dos setores mais afetados pelo isolamento social é o transporte coletivo urbano, seja ele por município ou intermunicipal. Empresas da região prestadoras deste serviço alegam a diminuição maciça de passageiros nas últimas semanas, em razão da pandemia, e pedem soluções urgentes para evitar um eventual colapso econômico.

Na Socaltur, em Ivoti, o número de passageiros caiu 85%, e o de linhas, 35%, desde o começo da crise, há cerca de um mês. Funcionários da empresa afirmam que esperam uma retomada lenta do setor, e um tímido aumento no número de usuários nos próximos dias. Eventualmente, também um aumento no número de linhas em breve.

A empresa, que está em recuperação judicial, não fala em demissões, mas afirma que o planejamento repassado aos acionistas quando da apresentação do plano teve de ser repensado para atender às novas condições. A Socaltur afirma que precisou realocar recursos para investir em higienização dos veículos e EPIs aos funcionários, para ajudar a conter a pandemia.

Parada de ônibus no Centro de Estância Velha: empresa busca subsídios (Créditos: Arquivo O Diário)

Vimsa reduziu em 90% o número de passageiros

O Grupo Vimsa, que atua em Estância Velha com as marcas Silas, para transporte municipal, e Vimsa, para intermunicipal, afirma ter uma redução de 90,62% no número de pessoas transportadas, em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa está operando somente no horário de pico, conforme determina a Metroplan, que regula o serviço na região metropolitana.

“Estamos solicitando à Prefeitura um equilíbrio de contrato, e até algum subsídio, da mesma forma como foi feito em outros locais do país”, diz o gerente da Vimsa no município, Alcides da Silva. Subir o preço da passagem não está em discussão, mas ele diz esperar sensibilidade da Prefeitura. “Toda vez que sobe a tarifa, perdemos 6% de usuários”, salienta.

Segundo ele, o transporte coletivo já estava em decadência, devido aos altos encargos e aos transportes por aplicativo. “Nosso setor precisa ser revisto urgentemente. Com esta situação de agora, é só jogar a pá de cal. Já foi muito difícil honrar a folha salarial de abril, e maio não sei como vai ser”, lamenta Alcides. A empresa tem contrato de dez anos com a Prefeitura de Estância Velha.

Wendling deverá reduzir horários de linhas novamente

Situação semelhante vive a Wendling, que tem linhas intermunicipais de Nova Petrópolis a Porto Alegre, e ainda contrato com a Prefeitura de Dois Irmãos, onde fica a sede, para o transporte escolar no Ensino Fundamental. “Como não estamos realizando este serviço para os alunos, não estamos recebendo para bancar nossas despesas”, diz o sócio-administrador, Leandro Wendling.

De acordo com Leandro, a empresa procurou a prefeita Tânia Terezinha da Silva, que ouviu as demandas em relação ao assunto. Sobre as linhas regulares, a linha até a capital não foi reiniciada, e a Wendling estuda manter um trajeto regular somente até São Leopoldo. Houve uma queda de 80% no número de passageiros, o que acarretou em demissões e a adoção da suspensão de contratos.

“Cada dia estamos com um planejamento diferente. Não sei se conseguiremos manter a frota por mais dois meses. Colocamos alguns horários a mais a fim de realizar testes, mas nossa demanda continua pequena. Talvez vamos reduzir novamente na próxima semana. Não podemos ter cinco ou seis passageiros somente por viagem quando vamos a Novo Hamburgo”, afirma Leandro.

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