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Transporte coletivo deixa de atender Walachai

29/04/2021 - 09h23min

Morro Reuter – O transporte coletivo que atendia os moradores do Walachai não conta mais com a linha que ingressava na localidade. Com reduzido número de passageiros, a empresa Wendling optou por suspender a rota já que a manutenção do atendimento estava insustentável. A medida foi adotada no começo de abril. Hoje, as paradas de ônibus estão vazias e moradores, como Maurício Heinrich, de 74 anos, lembram que a realidade já era muito diferente. “Tínhamos horários às 6h 30, depois às 8h 30, ainda de tarde às 16h 30, e novamente umas 18 horas. Isso foi mudando e por último era uma linha cedo de manhã e outro no fim do dia”, relembra. O morador reside próximo a uma parada na esquina da rua Mathias Mombach com a 11 de Maio.

A diarista Viviane Bauer, de 35 anos, lamenta que o transporte coletivo hoje não contempla mais a localidade. “Com a pandemia foram sendo retirados horários, ficando só o das 6 da manhã e o das 6 da tarde. Ficamos sem nenhum ônibus aqui. Complica a gente ir trabalhar para outras cidades até mesmo nas fábricas de calçados, em Dois Irmãos, por exemplo, queríamos ao menos esse ônibus das 6 de volta”, acrescenta.

A prefeita de Morro Reuter, Carla Chamorro, destaca que fez contato com a empresa para buscar informações sobre o assunto. “Não tem como a municipalidade assumir isso. A nossa expectativa é que a partir das flexibilizações tenha uma procura maior para recuperar essa linha”, afirma a prefeita de Morro Reuter, Carla Chamorro. Sem sucesso, a própria empresa em um esforço tentou buscar parcerias com empresas da localidade em uma tentativa de manutenção do serviço.

Empresa explica cenário

De acordo com o gestor da empresa Wendling, André Hentz, não há nenhuma perspectiva de retomada nesse momento. “Hoje atendemos o interior do município ainda com a linha que passa por São José do Herval. Estamos nos adaptando conforme a demanda de passageiros que existe. Nós tentamos alternativas com empresas locais e não conseguimos”, disse. Medidas como renovação da frota e uso de micro-ônibus teriam sido tomadas recentemente para o melhor atendimento dos passageiros. “A boa gestão requer investimento em frotas e assim reduz o custo da manutenção. Entretanto, o valor do patrimônio também diminui. A linha no Walachai tinha, em média, de 6 a 8 passageiros ao dia”, comentou Hetz. A empresa de transporte coletivo Wendling também teve troca em sua gestão no ano passado.

Moradores comentam

“Eu recebi essa notícia como uma bomba, por que trabalho com faxina, preciso do ônibus. Agora estou cuidando de crianças, devido ao fato de não ter mais transporte”, Viviane Bauer, diarista, 35 anos.

Viviane

“Hoje a maioria das pessoas tem seu carro e pouca gente vai de ônibus. Tinha uma época que em torno de 12 pessoas esperavam o ônibus na parada aqui perto de casa”, Maurício Heinrich, aposentado, 74 anos.

“Trabalho no Centro e pegava ônibus 6h 10 da manhã, todos dias e, quase às 6 da tarde para voltar. Voltei de férias e a menina do RH me disse que não conseguiu mais pegar passagem por que não teria mais aquele horário”, Silmara Viviane da Silva, higienizadora, 46 anos.

“Infelizmente é uma opção a menos para quem trabalha fora. Fomos informados que a empresa tinha despesa em torno de R$ 6 mil e entrava em torno de R$ 2 mil com passagens. Ela não consegue trabalhar com todo esse prejuízo”, Guido Dilkin, presidente da Câmara e morador do Walachai.