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Um ano depois, como está a investigação sobre furtos em cemitério de Linha Nova
Linha Nova – Em 2019, mais de uma centena de túmulos foram alvo de vandalismo no Cemitério Evangélico. O fato não foi isolado, e seguiram-se outros atos do gênero em municípios como São Sebastião do Caí, Bom Princípio e Feliz. Hoje, o cenário do caso é parecido. As investigações pouco avançaram no sentido de encontrar quem cometeu o vandalismo.
Até hoje, quem frequenta o cemitério pode se deparar com cruzes ou até fotografias faltando. “A dificuldade de encontrar as peças de reposição é muito grande, mas a maioria delas foi reposta”, relata a tesoureira da Comunidade Evangélica, Liane Bender. Segundo ela, há pessoas que não deixaram descendentes, por isso não há quem recoloque, e outras simplesmente desistem.
A própria Liane foi uma que precisou repor as placas perdidas no túmulo do sogro, Armando Bender, falecido em 2000. “As famílias ficaram muito chateadas. Até conseguimos recuperar alguma coisa. Temos algumas cruzes e figuras de Cristo estocadas”. A maioria a Comunidade conseguiu recuperar pela região do entorno do cemitério.
O delegado da Feliz, Paulo Gilberto Baladão, afirma que não houve mais casos depois destas ocorrências. “Não é de praxe acontecer este tipo de delito aqui na região. Provavelmente foi obra de alguém que passou e fez isto”. Na época, a Polícia Civil chegou a investigar imagens de câmeras de segurança do Parque Georg Henrich Ritter, mas não foram localizados suspeitos.
Por vezes, sem as fotos, famílias perdem as lembranças dos entes queridos (Créditos: Felipe Faleiro)
Valor comercial é quase inexistente
Embora tenha havido uma “onda” de crimes do gênero, engana-se quem pensa que as peças tenham valor comercial depois do furto, pois, geralmente, elas são feitas de alumínio. “Infelizmente, as famílias acabam ficando com o prejuízo. Mas para vender, este material quase não serve”, comenta Renan Lima, proprietário de uma marmoraria de Novo Hamburgo que também constrói túmulos em Linha Nova.
As substituições são feitas por peças de porcelana ou jato na pedra, o que torna impossível sua retirada. “É importante que as pessoas evitem colocar materiais que possam ser objeto de furto. Mas hoje em dia, o pessoal se preocupa cada vez menos em cuidar do cemitério”, diz o vice-secretário da Comunidade Evangélica, Jackson Arend.
“É importante que as pessoas evitem colocar materiais que possam ser objeto de furto”
Materiais apreendidos em São Leopoldo
Cerca de um mês após o furto no Cemitério Evangélico da Linha Nova, e na esteira das demais ocorrências, a Brigada Militar de São Leopoldo apreendeu mais de 100 quilos de artefatos religiosos furtados, entre eles, alguns de prata e chumbo. Três homens, que se diziam donos dos materiais, foram presos.
Na época, a Delegacia da Feliz se mobilizou e foi até o município da Região Metropolitana para averiguar se havia relação entre as peças encontradas e os furtos na região. “Algumas pessoas, principalmente do Caí, nos contataram para tentar saber se algum deles era do túmulo de algum parente ou conhecido, mas não houve avanço neste processo”, informou o delegado.