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Vítima de tentativa de homicídio em Nova Petrópolis se recupera em casa
Nova Petrópolis – O homem que foi atingido por um tiro de espingarda no último sábado, 6, está se recuperando dos ferimentos em sua casa, no bairro Pousada da Neve. Os chumbos do cartucho se espalharam e o atingiram, principalmente, no abdômen e também no ombro esquerdo e braços. Alguns ainda permanecem dentro do seu corpo, mas não atingiram nenhum órgão. Com a ajuda da família, ele troca os curativos e mantém os cuidados para que não haja uma infecção.
A vítima, um homem de 44 anos, afirma que não sabe o que motivou o crime. Diz também que não trata-se de nenhuma divisa de terras, como informado anteriormente. Conforme contou, ele estava trabalhando naquele sábado construindo um muro de pedras, mas totalmente dentro de sua propriedade. O local onde passa a cerca de divisa das terras, construída há muitos anos, fica há vários metros de onde ele estava. Além disso, o atirador, de 54 anos, nem mesmo é o proprietário do terreno ao lado, é apenas contratado para cuidar do local. “Se por acaso esta cerca está no lugar errado, cabe aos proprietários reclamar. E basta conversar, mas não acredito que esse seja o motivo, ele simplesmente atirou”.
Tudo começou quando uma tia chegou ao local e começou a conversar com o homem que viria a atirar. Sem saber do que se tratava e sem ver que estava armado, a vítima foi de encontro aos dois e, quando percebeu, o vizinho já havia erguido a espingarda e atirado. Caído, ele pediu ajuda e não sabe se neste momento o criminoso fugiu. Ele foi socorrido ao Hospital Nova Petrópolis e posteriormente transferido para Sapiranga, onde realizou exames mais aprofundados. A possibilidade de cirurgia não está descartada, mas dependerá de como seu corpo reage aos fragmentos que ficaram em seu corpo.
Em silêncio
Assim como teria ficado em silêncio ao atirar contra a vítima, o atirador também preferiu ficar calado diante da polícia. Ele foi preso por tentativa de homicídio e segue no presídio. Um outro vizinho, dono das terras onde a espingarda foi encontrada, também permaneceu calado. Ele não chegou a ser preso, mas será indiciado por desacato pois quis agredir os policiais no momento que os brigadianos apreenderam a arma.
Segundo o delegado Camilo Pereira Cardoso, a vítima será ouvida na próxima semana, assim como outras testemunhas. A princípio, este homem que desacatou os policiais não será detido. Se condenado, poderá fazer serviços comunitários. No entanto, se as investigações apontarem para um envolvimento maior, como ter sido cúmplice da tentativa de assassinato, ele pode ser preso.
A Polícia Civil apreendeu a espingarda calibre .22 usada no crime, e também uma faca com lâmina de cerca de 30 cm e um facão que estavam com o agressor no momento em que foi preso. A arma foi enviada para perícia. O atirador é réu primário, mas possui contra ele ocorrências de ameaças, sendo a primeira em 2003 e a última há mais de 10 anos.
Família apreensiva
A vítima ainda está assimilando o que aconteceu e contatou um advogado para saber os procedimentos a seguir. Ele trabalha com obras, mas no momento se mantém afastado. Sua recuperação em casa é também para evitar contaminação pelo coronavírus. Quem está mais abalada é sua esposa, que ficou chocada com o que aconteceu e às vezes tem dificuldades para dormir. Sua filha adolescente, também não sabe se voltará em breve ao sítio onde houve o crime. “Eu fico em dúvida sobre a minha segurança, não dá pra entender o que aconteceu”, finaliza.