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Voluntária de Novo Hamburgo prega cautela após suspensão de estudo da CoronaVac
Região – Causou surpresa no Brasil a informação da suspensão dos testes da CoronaVac, candidata à vacina contra a Covid-19 produzida pela companhia chinesa Sinovac, com o apoio do Instituto Butantan, em São Paulo. Os testes foram suspensos pela Anvisa em razão do “efeito adverso grave” em um voluntário, mais tarde confirmado como sendo a morte dele.
Veículos de imprensa do centro do País confirmaram que houve o suicídio deste voluntário, o que, via de regra, nada tem a ver com a aplicação do imunizante. Na região da Encosta da Serra, há dois outros voluntários inscritos para a realização da CoronaVac, ambos no Hospital São Lucas, da PUCRS, em Porto Alegre. Ambos, porém, passam por situações distintas.
A biomédica Rosabel Dienstmann, 52 anos, é moradora de Novo Hamburgo, e recebeu duas doses, mesmo que ainda não saiba se foi da vacina em si ou do placebo, como é chamada uma substância sem efeito algum, aplicada para testar os efeitos psicológicos da imunização. Na opinião dela, é preciso ter cautela e seguir acompanhando a situação.
“Como foi algo muito recente, temos que esperar um tempo para avaliar o que será decidido. De qualquer forma, tenho uma próxima visita agendada para 16 de dezembro. Fica difícil dizer alguma coisa com esta situação nova, mas imagino que vai haver uma investigação. Vamos ver como os participantes serão informados”, afirma Rosabel.
A biomédica, que trabalha na rede particular de saúde hamburguense, disse que recentemente questionou seus avaliadores sobre a possibilidade de “abrir o estudo”, ou seja, tornar os resultados preliminares públicos. “Me informaram que era para março do ano que vem, mas se surgir outra vacina aprovada antes, o governo vai antecipar esta abertura”, comenta ela.
O que faz o médico de Dois Irmãos também voluntário
O médico Marco Antônio Viegas da Silva, 68 anos, é o outro inscrito para receber a vacina CoronaVac, porém, ao contrário de Rosabel, ele acredita que não será chamado para a imunização, por conta de estar no grupo de risco para a Covid-19. Há sete meses e meio sem sair de casa, o profissional da UBS Primavera recomeçou a trabalhar na segunda-feira, com muita festa.
Por não ter oficialmente participado do estudo, o doutor Marco, há 15 anos médico de família, não quis opinar sobre a suspensão do estudo pela Anvisa. “Me ligaram da Secretaria de Saúde informando que eu podia retornar ao trabalho. Não tinha expectativa de voltar tão cedo. Estou usando máscara, álcool gel e não estou atendendo pacientes com problemas respiratórios”, relatou.coronava
O que diz o Hospital São Lucas sobre o caso
Em nota ao Diário, o Hospital São Lucas disse que “acompanha, junto ao Instituto Butantan, os desdobramentos da suspensão temporária da pesquisa da vacina Coronavac, que está sendo testada na instituição. Diante da decisão da Anvisa, todos os processos relacionados ao estudo foram interrompidos no Hospital, que aguarda novas orientações das entidades responsáveis”.