Esporte

Gremistas voltam a viver expectativa por título da Copa do Brasil

06/03/2021 - 10h24min

Capitão do penta em 2016, Maicon estará em campo em mais uma final (Créd.: Jefferson Bernardes/AFP)

Está chegando a hora em que o Grêmio entrará em campo para a disputa de mais um título nacional. No próximo domingo, 7, às 18 horas, Palmeiras e Grêmio se enfrentam na partida final da Copa do Brasil 2020, na Allianz Arena. Para ser campeão, o tricolor precisará reverter a vantagem dos paulistas de 1 x 0, conquistada na Arena no domingo passado. Se vencer, a equipe de Renato Portaluppi chegará ao sexto título da competição, se igualando ao Cruzeiro como maior vencedor.

Apesar do placar reverso em Porto Alegre, os gremistas estão confiantes na conquista. Na Arena, o Palmeiras teve chances para abrir 3 x 0, mas desperdiçou, deixando o tricolor muito vivo para o jogo de domingo. Será mais uma chance para os gremistas acreditarem na famosa “imortalidade”, como conta o torcedor de Nova Petrópolis, Sandro Freitas, de 38 anos.

Sandro tem o tricolor gravado na pele (Créd.: Arquivo Pessoal)

Gremista desde pequeno, seguindo o sangue azul da família, ele viveu anos gloriosos já na década de 80, mas principalmente na de 90, quando viu, aos 15 anos, o tricampeonato da Libertadores. “Aquele título foi inesquecível, o primeiro de expressão que eu realmente vi”, relembra. Freitas, que é natural de Estância Velha, mas depois morou em Porto Alegre, cresceu assistindo aos jogos no Olímpico com seu pai. Viu o clube viver altos e baixos, como o rebaixamento à Série B. “Eu vi o Grêmio dominar o Brasil, principalmente nos anos 90, onde teve duelos marcantes contra o próprio Palmeiras. Por isso era inaceitável o jejum que o clube viveu”, afirma.

E o tal jejum de 15 anos, motivo de piada entra os rivais, iniciou justamente após um título de Copa do Brasil, o tetra em 2001, e encerrou-se com o penta em 2016. Há pouco mais de quatro anos, Freitas acompanhou na Arena toda a trajetória da equipe naquela Copa, com exceção justamente da final, por não conseguir ingresso. Mesmo assim, considera o título o mais importante que já presenciou, por três fatores: o fim do jejum, o rebaixamento do Internacional à Série B dias antes, e o emocional abalado devido à tragédia da Chapecoense.

A Arena em Nova Petrópolis

Como não conseguiu estar presente na “cancha”, alentando nas arquibancadas, a solução foi trazer a atmosfera de um jogo para o município. Freitas e demais gremistas vieram tocando os instrumentos, característicos da Geral, pelas ruas do Centro até a Rua Coberta. Ali, um telão foi colocado e cerca de três mil torcedores puderam assistir ao jogo e comemorar o penta. “Aquilo foi algo muito legal, proporcionamos o sentimento de estar em um jogo, aqui no município. Isso não é comum”, contou.

Desta vez, o cenário é totalmente o oposto, a partida será longe de casa, o placar está adverso e os torcedores não poderão se reunir para assistir ao jogo. Mas nada disso tira a esperança e, principalmente, a confiança de, mais uma vez, se tornar o Rei de Copas. E se isso acontecer, em uma temporada tão atípica e logo depois do Internacional ficar com o vice do Brasileirão, Freitas prometeu: “vai ter um minuto de silêncio”.

Ídolos comentam

O ex-goleiro Mazaropi, campeão da Libertadores e do Mundial de 83, e da Copa do Brasil de 89, a primeira realizada, contou ao Diário que está muito confiante que o Grêmio reverterá a situação. “A expectativa é a melhor possível, acreditamos como todo o gremista que o Grêmio buscará o hexacampeonato”.

Mazaropi já venceu a Copa do Brasil pelo Grêmio (Créd.: Divulgação)

Para ele, o jogo será de muita disputa e o Palmeiras não jogará para segurar o resultado. No entanto, acha que o caminho não é jogar com afobação, tentando gol a qualquer custo. A receita é jogar com calma, pois o time tem experiência para isso e fará um jogo melhor que o do último domingo. “Na estreia do Gauchão, vimos a entrega e o foco dos jogadores, eles são uma extensão ao grupo principal e isso dá mais ânimo para a busca do título”.

Parceiro de Renato nos maiores títulos do Grêmio, Mazaropi acredita que o técnico manterá uma escalação semelhante a do primeiro jogo, com Pepê entre os titulares e Ferreirinha na reserva, mesmo com a torcida pedindo o contrário. “O Ferreirinha é inexperiente, e esse jogo é uma decisão. Precisa de uma malandragem, ser macaco velho. E sendo sincero, quando ele começa as partidas, ele não vai bem”, comentou.

Mazaropi atualmente é comentarista da rádio do Grêmio e, se o tricolor for campeão, ele terá vivido dentro do clube quatro, dois seis títulos. Em 89 foi campeão como jogador, em 94 como preparador de goleiros e em 2016, já como comentarista.

Tarefa difícil

Quem também conversou com o Diário foi o ex-volante Souza, que jogou no Grêmio de 2008 a 2010 e foi Campeão Gaúcho. Ele estará torcendo pelo Grêmio em dose dupla, já que também é ídolo no São Paulo, rival do Palmeiras.

Souza marcou seu nome no Estádio Olímpico (Créd.: Martin Mejia)

“Showza”, como é tratado pelas torcidas, diz que, embora esteja torcendo, acha muito difícil o tricolor reverter o placar pelo que o Grêmio vem apresentando nos últimos jogos. “Os principais jogadores caíram de rendimento. Apesar do Renato ter criticado o São Paulo quando ganhou o jogo aqui, o Grêmio está fazendo a mesma coisa, só tocando a bola pro lado. O time precisa ser mais incisivo”, finalizou.

 

 

 

 

 

 

Transmissão pelo Diário

O Grupo O Diário transmite a partida ao vivo com narração de Luis Soares e comentário de Daniela Yungue. A live será feita por meio da página ODIARIONET no Facebook. Os apoiadores da jornada esportiva estão listados no anúncio desta página.

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